São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Líbano diz que Israel visa civis em ataques

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Aviões israelenses bombardearam ontem novamente o Líbano, e o governo deste país disse que civis libaneses estão sendo deliberadamente mortos por Israel. Foi a 50ª incursão aérea de Israel contra o Líbano neste ano. Segundo a polícia, houve um morto e quatro feridos.
O alvo do ataque de ontem foi um campo do grupo radical islâmico Hizbollah no leste do Líbano, próximo à fronteira com a Síria. Mas o chanceler libanês, Faris Bouez, disse ter tido acesso a diálogos entre militares israelenses e milicianos do Exército do Sul do Líbano (grupo ligado a Israel).
Segundo Bouez, os israelenses decidiram atingir civis para forçar o fim do cessar-fogo do ano passado, que encerrou 17 dias de ataques israelenses contra o Líbano.
O Exército de Israel divulgou horas depois comunicado em que diz que tem planejado "meticulosamente" as ações contra o Hizbollah e acusa o grupo de usar civis como "escudo".
Além do Hizbollah (Partido de Deus), os israelenses têm buscado também alvos da Frente Popular de Libertação Palestina-Comando Geral, outro grupo radical. Aparentemente, é uma represália dos israelenses a um atentado suicida que no final do mês passado deixou 15 mortos em um mercado de Jerusalém.
O líder da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, acusou os israelenses de estarem cometendo "terrorismo de Estado" contra os árabes, em represália ao ataque.
Arafat presidiu ontem uma sessão de emergência do Legislativo palestino. "Estamos comprometidos com a paz, com a paz dos bravos, não a paz do autoritarismo, das ordens, da fome e dos cercos. Nosso povo não vai se ajoelhar", disse Arafat, na mais dura manifestação dele contra Israel nos últimos meses.
Arafat dissera na sexta-feira que Israel acredita que o atentado de Jerusalém foi cometido por terroristas de fora das áreas palestinas.
Em represália aos ataques, o Hizbollah lançou mísseis contra o norte de Israel no final da semana passada. O morto e os feridos do ataque de ontem são guerrilheiros do Hizbollah, segundo fontes do próprio grupo, que se opõe aos acordos de paz entre árabes e israelenses.

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