São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ex-cangaceira lança livro
ELAINE GUERINI
Sila diz ter participado do bando de Lampião e escapado do cerco que matou o rei do cangaço, em 1938. "Naquela emboscada, 11 dos nossos foram mortos. Na época, eu tinha 16 anos e consegui fugir com os outros. Éramos uns 30 ou 40." Sila conta que Lampião batizou um de seus filhos. "Meu marido era um dos homens de confiança dele", afirma a ex-cangaceira, que lançou em 1995 o livro "Sila - Memórias de Guerra e Paz". "O último trabalho está mais completo, tem mais detalhes", destaca. Segundo ela, o líder dos cangaceiros era um homem calmo, honesto e leal. "Sei que Lampião pintou e bordou no sertão. Mas, no período em que nós convivemos com ele, nunca vi nada excepcional. Ele inspirava muito respeito." Sila afirma ter aprendido muito no cangaço. "Foi uma lição de vida. Aprendi a sofrer, a respeitar o próximo, a conviver com os outros, a amar e também a odiar." As produções que abordam o cangaço nas telas ou no vídeo não lhe interessam. "Não tenho vontade de ver. Há muita distorção", comenta. Sila diz ter sido procurada pela Manchete para contribuir com a autenticidade do cangaço retratado em "Mandacaru". "Eles querem que eu dê depoimento. Mas eu disse que, se não me pagarem, não faço." (EG) Texto Anterior: Manchete explora 'revival' do cangaço Próximo Texto: 'Mandacaru' mostra morte de Lampião Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |