São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997 |
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Manchete explora 'revival' do cangaço
ELAINE GUERINI
Enquanto o filme "O Baile Perfumado", atualmente em cartaz, mostra cenas reais do temido bandoleiro, a novela "Mandacaru", que estréia nesta terça na Manchete, se propõe a retratar a agonia do cangaço após a morte de seu líder. "Meu trabalho sempre reflete a busca pela identidade nacional. Minha intenção agora é destacar o aspecto humano dos homens que tentaram manter o sonho do cangaço", conta Walter Avancini, diretor-geral da novela. Nas telas, duas outras produções recentes se renderam ao tema. Em "Corisco e Dadá", de Rosemberg Cariry (inédito em São Paulo), uma garota se casa com o cangaceiro que a violentou. Em "O Cangaceiro", que estreou em junho, o diretor Anibal Massaini Neto refilmou o clássico de Lima Barreto. "O cangaço foi um fenômeno social fascinante. Até hoje há controvérsias sobre a morte de Lampião e dúvidas de que ele teria nascido em 7 de julho de 1897 conforme seu registro civil", diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, 49, autor do livro "Quem Foi Lampião". Segundo a escritora Rachel de Queiroz, 86, que criou um exemplo de mulher cangaceira em "Memorial de Maria Moura", Lampião entrou para a história por sua bravura. "É o arquétipo do bandido famoso e sedutor." A abordagem do cangaço em "O Baile Perfumado" se deu mais em função da escolha do protagonista da história: o libanês Benjamim Abrahão, que filmou Lampião e seu bando. "Ainda assim, exploramos o mito. Mostramos que foi Lampião quem inaugurou crimes como sequestro, extorsão e agiotagem", afirma Paulo Caldas, 33, um dos diretores do filme. Para Roberto Ventura, 40, professor de literatura da USP, o cangaço fascina pela sua autenticidade com relação às formas de sociedade mais pasteurizadas. "Principalmente quando se vive na era da globalização." Texto Anterior: Multishow lança 3 novos programas Próximo Texto: Ex-cangaceira lança livro Índice |
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