São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Civic VTi alia velocidade e economia

Preço de US$ 43,5 mil é elevado

JOSÉ CARLOS CHAVES
EDITOR DE VEÍCULOS

O importado Honda Civic VTi é um carro surpreendente, seja para o bem ou para o mal. Para o bem, devido ao seu desempenho: é um modelo muito rápido, estável em curvas e econômico. Para o mal porque o acabamento interno não condiz com seu preço salgado, de US$ 43,5 mil.
Mas, no geral, a avaliação é positiva, como não poderia deixar de ser para um esportivo que, no teste realizado pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, acelerou de 0 a 100 km/h em apenas 8,28 segundos, graças a um bem-afinado motor 1.6 de 16 válvulas (leia texto à esquerda). Para ter idéia do que é isso, o Escort 1.8 16V precisou de 10,58 segundos.
Nas retomadas, o Civic também revelou-se veloz. Para ir de 40 a 120 km/h, levou 13,95 segundos, contra 16,79 segundos do Escort.
Os números só comprovam a alma esportiva desse pequeno cupê. Apesar de ter saídas nervosas, as acelerações não são explosivas, e sim progressivas.
A velocidade aumenta gradualmente, sem engasgos nem perdas de potência ou força, seja em alto ou baixo giro.
Para segurar tanta potência, o VTi ganhou uma direção muito precisa, que responde imediatamente às manobras do motorista.
O câmbio manual permite respostas rápidas, mas a empunhadura da alavanca é muito fina e os engates poderiam ser mais justos.
A suspensão permite fazer curvas com tranquilidade. No limite de aderência, não "sai" de traseira ou de frente, pois todo o conjunto derrapa uniformemente, o que facilita manter o controle do carro em situações de emergência.
No entanto se a suspensão ajuda no controle, prejudica no conforto. Pneus de perfil baixo e pequeno curso de amortecedores fazem as rodas baterem no interior dos pára-lamas em asfalto esburacado.
Entre os pontos positivos, o consumo é um dos campeões: 13,6 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada -mais econômico que o Gol 1000 Mi, que fez 11,7 km/l e 15,5 km/l no teste Folha/Mauá.
Acabamento pobre
Mas nem tudo são elogios. Para um carrinho que custa mais que um Omega CD (R$ 42,66 mil), o interior é decepcionante. O revestimento dos bancos é de tecido grosseiro, e o acabamento simples das portas, do console central e do painel usa muito plástico.
Apesar de funcional, o desenho do painel mantém linhas antigas e monótonas, que não empolgam.
O acesso ao interior do Civic é péssimo. Os bancos dianteiros recuam muito pouco e a alavanca (mal posicionada) que os reclinam desajustam a posição dos encostos a todo momento.
No banco de trás, há espaço razoável para os ombros, mas pouco para a cabeça.
O revestimento do porta-malas perde em qualidade para qualquer "popular" nacional.

LEIA MAIS sobre o Honda Civic VTi na pág. 6-2

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