São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997 |
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Clãs de irmãs 'monopolizam' a seleção
LUÍS CURRO
A criação desses "clãs", para o técnico da equipe, Antonio Carlos Barbosa, 52, deve-se à falta de massificação do basquete feminino no Brasil. "Não há muitos clubes, as jogadoras aparecem pouco. Então, a coisa fica muito localizada", diz. Para ele, existe no país a cultura do "boca a boca": os treinadores ficam sabendo que uma boa jogadora tem uma irmã que também joga e passam a observá-la. A ala-armadora Paula concorda com a tese da falta de massificação. "Falta trabalho de base e, assim, quantidade de jogadoras no esporte. Lá fora, os colégios obrigam as meninas a praticar." As atletas dizem que tiveram apoio e influência da família para seguir no basquete. "Meu pai foi jogador e hoje é técnico de basquete. Sempre nos incentivou a praticar esportes", diz a armadora Helen. A ala Leila nega relação de sua presença na seleção à suposta existência de nepotismo. "É uma coincidência a Marta e eu estarmos aqui. Mas cheguei pelo que mostrei no meu clube. Não teve qualquer influência dela." A pivô Marta, por sua vez, brinca ao comentar o assunto. Diz que o ideal seria "toda a família Sobral fazer parte da seleção". Trios Com a anunciada saída de Paula da seleção (que decidiria a Copa América na noite de ontem contra os EUA) e a contusão de Branca no joelho (não deve mais jogar este ano), a equipe perderá uma das duplas de irmãs. Mas, segundo o técnico Barbosa, pode vir a ganhar dois trios -Márcia Sobral, 26, irmã de Marta e Leila, e Cíntia Luz, 25, irmã de Helen e Silvinha. As duas jogadoras tiveram boas atuações por seus clubes no último Paulista (Márcia em Araçatuba e Cíntia em Santo André). "Não é impossível (mais irmãs defenderem o Brasil). Chance todo mundo vai ter sempre", diz Barbosa. "O grupo não está fechado." "Tudo vai depender de como elas jogarem nos próximos meses", completou ele. Texto Anterior: Brasil esportivo Próximo Texto: Antítese de lágrimas marca duas duplas Índice |
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