São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Rock dos anos 80 esteve vivo

DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Embora nenhum nome tenha alcançado projeção nacional, o pop belo-horizontino esteve vivo e atuante na década passada.
A prova disso é o disco "Rock Forte", lançado pela gravadora Plug, que é uma coletânea com as principais bandas da época.
Nesse disco tinha músicas das bandas Kamikase, Pouso Alto -o embrião do Skank-, e de uma outra banda que se chama Omeriah, além o grupo Sexo Explícito, de John -que é agora do Pato Fu-, o Serpente e outros.
"Ouvir esse disco é uma boa amostra do que rolou nos anos 80 aqui em Belo Horizonte, mas era muito ruim, era ruim demais", diz John.
Chaves
O estudioso da música brasileira Marcelo Dolabela, que entre outras coisas lançou o dicionário "ABC do Rock" e prepara a biografia do grupo Sepultura, costuma dividir em chaves as tendências dos anos 80 em Belo Horizonte.
"Em uma chave estavam os metaleiros, como o Sepultura e o Overdose. Em outra tinha o pessoal da "Tribo de Solo", que eram músicos que se reuniam em uma casa para tocar hardcore. Por fim tínhamos a turma do pós-punk, que reunia as bandas Sexo Explícito, Divergência Socialista -da qual o próprio Marcelo participou-, Último Número e outras."
A maioria das bandas que fazem sucesso atualmente fazem parte do último grupo citado por Dolabela. Dos metaleiros, a única banda que estourou foi o Sepultura, que tem projeção, inclusive, internacional.
Samuel Rosa também tem suas chaves na ponta da língua. Para o líder do Skank, a divisão era a seguinte: em um grupo, os metaleiros, em outro os chamados "new clube da esquina", que eram aqueles que lutavam por manter a estética do movimento, formados por nomes como João Boa Morte -que inclusive já morreu-, Tino Gomes, Juarez Moreira e Paulinho Pedra Azul, autor da música "Bem-Te-Vi", quase um hino dos bares de BH, e, finalmente, a tribo do pop rock, que Dolabela chamou de pós-punks, de onde o próprio Samuel e todas as bandas que estão em voga saíram.

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