São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Plantio de algodão pode crescer até 40%

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de sucessivas quedas de produção, o algodão começa a mostrar sinais de recuperação no Brasil, com a previsão de um aumento de plantio entre 35% e 40% para a safra 97/98.
Na temporada passada, a lavoura ocupou área de 668,5 mil ha. Foram produzidas 307,3 mil t de algodão em pluma.
Os números são do último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Asdrubal de Carvalho Jacobina, técnico de planejamento da companhia, responsável pela área de algodão, diz que não há como prever quanto a nova safra irá render, por causa do aumento de produtividade gerado, entre outros fatores, pela mecanização da colheita do produto.
Na opinião de Jacobina, uma série de fatores está motivando o produtor. "O algodão teve um aumento de 7,69% no preço mínimo. Foi o produto que recebeu o maior índice de correção."
Também é o produto que tem maior financiamento (R$ 300 mil para custeio por produtor), diz Jacobina, além dos juros terem sido reduzidos de 12% ao ano para 9,5%.
A isenção de 75% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no Mato Grosso e os incentivos de financiamentos regionalizados são outros fatores favoráveis para o aumento da área.
Centro-Oeste e Paraná
A área destinada ao plantio de algodão deve crescer principalmente nos Estados da região Centro-Oeste e no Paraná.
O grupo Polato de Rondonópolis (MT), por exemplo, irá plantar 5 mil ha de algodão este ano. Na safra passada, plantou 1 mil ha.
Orlando Polato, sócio-proprietário do grupo, prevê uma produção de 1 milhão de arrobas em caroço. Espera movimentar cerca de R$ 10 milhões com o algodão.
"É uma cultura que, quando bem conduzida, agrega valores. Há escassez do produto no Brasil."
Polato afirma que o algodão irá ocupar o espaço destinado à soja. Todo processo de produção do algodão será mecanizado.
Para a safrinha, o grupo pretende destinar 1.500 ha para o algodão no sistema de plantio direto.
No Paraná, a Coamo (Cooperativa Agropecuária Mourãoense) fechou uma parceria com o Banco do Brasil para facilitar o custeio do algodão para cooperados.
O Estado deve ampliar em 54% sua área destinada ao algodão, segundo Norberto Ortigara, do Departamento de Economia Rural (Deral).
Ele diz que a área pode ser ainda maior por causa do subsídio para agricultores com até 60 ha. O governo irá destinar R$ 106,16 por ha em até 6 ha por produtor.

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