São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997 |
Próximo Texto |
Índice
Japão 'auto-suficiente' ameaça Brasil
ARNALDO RIBEIRO
Segundo o capitão Dunga, a nova geração de jogadores japoneses é capaz de repetir resultados surpreendentes, como a vitória de 1 a 0 sobre o time de Zagallo na Olimpíada de Atlanta, porque rompeu barreiras culturais e se tornou auto-suficiente no futebol. Dunga, 33, que atua no Júbilo Iwata, do Japão, e será o informante de Zagallo, disse que a "emancipação" dos orientais poderá ser constatada no jogo de amanhã, em Osaka, às 7h (horário de Brasília). "A atual safra de jogadores do Japão é ótima porque tem iniciativa própria e é capaz de surpreender." "Eles não abaixam mais a cabeça para qualquer ordem. Não estão mais presos à cultura japonesa da obediência e disciplina e, por isso, se tornaram mais criativos e perigosos", disse o jogador. O símbolo da nova mentalidade japonesa, segundo Dunga, é o meia Hidetoshi Nakata, 20, do Bellmare Hiratsuka, que disputou a última Olimpíada. "Os japoneses acham que ele é meio maluco, mas é por isso que ele é bom", disse Dunga. Além de Nakata, o capitão da seleção brasileira destaca o meia Hiroshi Nanami, 24, do Júbilo Iwata, e o atacante Takuya Takagi, 29, do Sanfreece Hiroshima. Para Dunga, a única ameaça ao sucesso do time japonês é o comportamento dos juízes locais. "No Campeonato Japonês, os jogadores da seleção são protegidos e mimados pela arbitragem. Isso pode prejudicá-los nos jogos internacionais." Dunga disse que o Brasil precisa ditar o ritmo da partida de amanhã para não entrar na correria do adversário. Ele prevê um jogo bem menos violento do que contra os sul-coreanos. "Os japoneses gostam de espetáculo. O público não aceita e não gosta de muitas faltas." Intercâmbio Para o técnico Zagallo, o futebol evoluiu no Japão devido ao intercâmbio com atletas e treinadores das principais forças do futebol sul-americano e europeu. Zagallo também defende a tese do intercâmbio para a seleção brasileira. Depois de enfrentar duas seleções asiáticas, ele quer jogos contra times de outros continentes até o final do ano. O próximo amistoso, dia 10 de setembro, na Bahia, deve ser contra a Nigéria. No dia 12 de outubro, em Belém, o adversário da seleção ainda está indefinido. O amistoso contra a Espanha, em 12 de novembro, foi cancelado. O jogo agora deve ser em Washington (EUA), contra a Holanda. Em dezembro, o Brasil visita a seleção da África do Sul, no dia 6, e participa da Copa das Confederações, na Arábia Saudita, entre os dias 12 e 26. Próximo Texto: Ânderson vê simplicidade Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |