São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Saída de Paulo Autuori enerva Cruzeiro
FÁBIO VICTOR
Amanhã, o time enfrenta o Sporting Cristal (Peru), no Mineirão, precisando de uma vitória simples para ser campeão. Embora não tenha declarado oficialmente sua posição, o treinador já avisou à diretoria que estará deixando a equipe logo após o jogo. Deverá ir para o Flamengo, que, alegando motivos éticos, também não oficializou o negócio. Mais do que ganhar em campo amanhã, o time mineiro busca conter um início de crise, já que a saída de Autuori não se dá de maneira tranquila. Um dos principais motivos da decisão -o técnico diz que irá enumerá-los oficialmente somente após a partida-, é a incompatibilidade de métodos de trabalho com o diretor de futebol do clube, José Francisco de Moraes. Embora Autuori não comente, o próprio presidente do clube, Zezé Perrela, admite a desavença entre os dois, mas não parece disposto a lutar pela manutenção do técnico. "Um treinador deve ter um diálogo com o diretor de futebol e, infelizmente, isso não está acontecendo. Ele não se dá com o Moraes e, por uma questão de hierarquia, tenho que prestigiar o diretor, que está um grau acima." Posição inversa é a dos jogadores, que tomam o partido do técnico com fervor e temem os efeitos da sua decisão no jogo de amanhã. "A saída do Paulo é um problema sério, abala bastante o grupo. Um trabalho valiosíssimo como o que vinha sendo feito não pode parar assim", disse o capitão da equipe, o zagueiro Wilson Gottardo. "É a mesma coisa que estarmos perdendo alguém da nossa família. Ele (Autuori) é um líder. Se eu fosse da diretoria, jamais deixaria um treinador como ele sair do clube", reforçou o atacante Elivélton. Para ele, os jogadores devem lutar mais ainda pelo título da Libertadores, "para que essa pessoa que criou o clima com ele veja que ele deixou o clube por cima". "O ambiente fica um pouco triste, porque você sabe que após o jogo o teu comandante não vai ser o mesmo", lamenta o lateral-esquerdo Nonato. As divergências na avaliação da importância da Copa Centenário, torneio encerrado no último domingo, em Belo Horizonte -que a diretoria considerava importante, mas o técnico menosprezou-, teriam sido o estopim da indisposição de Autuori no Cruzeiro. A isso, juntou-se uma excelente proposta do Flamengo, onde Autuori deverá ganhar R$ 100 mil a mais do que os R$ 40 mil que recebe hoje (leia texto abaixo), e uma certa pressão familiar -a mulher e os três filhos do técnico moram no Rio de Janeiro. Texto Anterior: Em busca da zaga ideal, Zagallo proíbe as firulas Próximo Texto: 'Sigo meus princípios' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |