São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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John Kennedy Jr. faz críticas à família

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

John Kennedy Jr., filho do 35º presidente dos Estados Unidos, está criticando o comportamento de dois primos seus em artigo a ser publicado na edição de setembro da revista política que dirige, "George".
O ataque público ao deputado e candidato a governador de Massachusetts, Joseph, e seu irmão e principal assessor, Michael, é inédito na história do clã dos Kennedy, um dos mais poderosos da história política dos Estados Unidos.
No artigo, Kennedy Jr. diz que Michael, 39, "buscava uma barreira contra a mortalidade" ao se envolver com a babá de seus três filhos quando ela tinha 14 anos. "Ele (Michael) se apaixonou pela juventude e, no processo, pôs seu tirocínio de lado". Michael admitiu apenas "erros sérios" em sua relação com a babá, agora com 19 anos e estudante universitária.
Quanto a Joseph, 45, que obteve do Vaticano uma contestada anulação de seu casamento para poder se casar com a secretária, John Jr. diz: "Ele caçava uma alternativa para a vida". Michael e Joseph transfomaram-se em "garotos-propaganda do mau comportamento", segundo seu primo.
Resposta Joseph respondeu ao editor de "George": "Não pergunte o que você pode fazer pelos primos, mas o que você pode fazer pela sua revista", parafraseando a famosa passagem do discurso de posse de John Kennedy ("Não pergunte o que o país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo país").
A revista "George" (que tem como lema "Não apenas a política de sempre") é um sucesso em Washington entre as pessoas que circulam em torno do poder, mas tem registrado número cada vez menor de páginas de publicidade desde seu lançamento, em 1995.
John Kennedy Jr., 37, que fundou "George", é visto aparentemente nu contemplando uma maçã na edição de setembro numa foto da revista. A foto tem a misteriosa legenda: "Eu tenho aprendido muito sobre tentações recentemente, mas isso não me faz ter menos desejos".
John Jr. foi tido como o homem mais cobiçado dos Estados Unidos até seu casamento em setembro último. A foto, elegante, retrata o filho do presidente sentado, com pernas e peito despidos.
Os problemas amorosos de Joseph e Michael, ambos filhos do senador Robert Kennedy (1925-68), derrubaram o deputado da lista dos favoritos para o governo de Massachusetts na eleição do ano que vem. Antes dos escândalos, ele era considerado imbatível no Estado, que tem sido o centro político da família desde o início do século.
Escândalos x eleições
No passado, escândalos não afetaram muito o sucesso eleitoral dos Kennedy. O presidente tinha diversos casos, inclusive com a atriz Marilyn Monroe e com Judith Exner, ex-namorada de um chefão da máfia.
O fundador do clã, Joseph, foi amante da atriz Gloria Swanson. O senador Edward Kennedy estava com uma assessora, de madrugada, quando seu carro caiu de uma ponte em Chappaquiddick, em 1969 (a moça morreu no acidente, e o caso, embora não tenha afastado Edward da política, provavelmente liquidou suas ambições presidenciais). Mas os tempos parecem estar mudando.

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