São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Apoio a greve gera críticas à oposição

Antigovernistas defendem estabilidade

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

A greve geral convocada por centrais sindicais argentinas para a próxima quinta-feira se tornou um problema para a aliança eleitoral formada pelos dois principais partidos de oposição ao governo do presidente Carlos Menem.
Os dirigentes da UCR (União Cívica Radical) e da Frepaso (Frente País Solidário) estão sendo criticados pelo governo por seu apoio à greve, uma vez que já se manifestaram favoráveis à estabilidade econômica e financeira do país.
Organizada pela CTA (Central de Trabalhadores Argentinos) e pelo MTA (Movimento de Trabalhadores Argentinos), a greve é contra o desemprego, a flexibilização da legislação trabalhista e o modelo econômico argentino.
A paralisação não conta com a CGT (Confederação Geral do Trabalho), que é a maior central sindical do país e ligada a Menem.
O apoio da oposição à greve foi confirmado no último sábado. Ontem, Menem disse estar "surpreso com a incoerência" da aliança, que, segundo o presidente argentino, só está apoiando a greve "porque ela é "política".
Estabilidade
As eleições parlamentares na Argentina ocorrem no próximo mês de outubro.
A UCR e a Frepaso sempre concordaram com as greves contra o governo Menem, mas tiveram de dar declarações favoráveis ao modelo econômico para não "assustar" as classes média e alta do país -conforme avaliam os assessores da aliança.
O ex-ministro da Economia e autor do plano de estabilização econômica do país, Domingo Cavallo, também criticou ontem a posição dúbia dos partidos de oposição.
Nas eleições de outubro, Cavallo disputa vaga na Câmara de Deputados pela cidade de Buenos Aires.
O apoio à greve ainda terá de ser explicado pela UCR e pela Frepaso aos empresários hoje, durante uma reunião com representantes dos setores industrial, financeiro, comercial, rural e da construção.

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