São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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'Levei problema ao Temer'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ex-deputada Adelaide Neri (PMDB-AC) disse ontem à Folha que informou ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que o deputado Chicão Brígido (PMDB-AC) queria que o assessor Vicente Nery, seu filho, repassasse a ele parte do salário.
"Eu pedi que ele conversasse com o deputado, para que ele deixasse de lado essa questão. Ele (Chicão) queria que o rapaz devolvesse o dinheiro para ele. Foi só isso que levei ao deputado Temer", afirmou Adelaide.
A ex-deputada disse que Vicente tinha um salário de R$ 2.500, mas Chicão queria que o assessor ficasse só com R$ 500. O restante seria repassado para o deputado. "Isso não foi feito, daí o desentendimento."
Temer negou ontem que a ex-deputada tivesse abordado esses detalhes na conversa que tiveram há cerca de um mês. "Ela de fato me procurou para reclamar que não estava conseguindo nomear funcionários."
"Eu disse a ela que não havia como eu me meter nessa relação entre o deputado e a suplente. Mas a conversa foi apenas em relação à contratação de funcionários", disse Temer.
Adelaide divulgou nota contestando o relatório da corregedoria da Câmara. "Não fiz nenhum tipo de negociação com o deputado Chicão Brígido, pelo fato de que ele retornou ao exercício do mandato acusando essa suplente de não cumprir os acordos e desrespeitar seus 'direitos'."
A ex-deputada diz que "sempre questionou os 'direitos' alegados pelo deputado Chicão Brígido, tanto que em várias oportunidades queixou-se aos seguintes parlamentares: Michel Temer, Geddel Vieira Lima (líder do PMDB), Alzira Everton, Regina Lino e senador Flaviano Melo".
Adelaide afirma que "essas queixas tinham por objetivo fazer cessar as pressões e as outras atitudes ilegais do deputado Chicão Brígido".
A ex-deputada explica que não formalizou denúncia à Mesa da Câmara "por saber das dificuldades da comprovação desses fatos tão graves".

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