São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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Senado aprova nome de Franco para presidir o Banco Central

Votação foi secreta e houve uma abstenção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O plenário do Senado aprovou ontem, por 56 a 10, a indicação do economista Gustavo Franco, 41, para a presidência do Banco Central. A votação foi secreta e houve uma abstenção.
Franco assumirá formalmente o cargo na próxima semana, informou o BC.
Hoje, em São Paulo, Franco receberá o título de "Economista do Ano", da Ordem dos Economistas de São Paulo.
O senador e ex-ministro do Planejamento José Serra (PSDB-SP), que acumulou divergências com Franco durante sua passagem pelo governo, participou da votação no plenário do Senado.
Comissão
Na semana passada, quando a indicação de Franco foi aprovada (21 a 6) pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Serra, presidente da comissão, votou a favor.
Na ocasião, o senador evitou polemizar com Franco. Incitado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) a questionar o presidente indicado do BC, Serra respondeu:
"Aprendi na vida pública que se pode ouvir tanto as palavras quanto o silêncio. Peço a Vossa Excelência que ouça o meu silêncio como ouvi as palavras de Vossa Excelência", disse Serra, dirigindo-se a Simon.
Câmbio
Durante a sabatina no Senado na semana passada, Gustavo Franco afirmou que o país não pretende abusar dos déficits nas contas externas.
"Todas as economias emergentes têm déficit. É natural. Alguns países abusam. Os que abusam pagam seu preço. Este país não abusará", afirmou o presidente indicado.
A política de câmbio foi o assunto dominante a sabatina.
Franco, que hoje ocupa o cargo de diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, é o principal defensor da âncora do Plano Real -a estratégia de sobrevalorizar o real em relação ao dólar.
Embora tal medida reduza os preços dos importados e, consequentemente, a inflação, há efeitos nocivos sobre a balança comercial. A âncora cambial tem sido acusada de dificultar o crescimento do país e a geração de empregos.

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