São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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Acordo da Encol já está fechado, afirma CEF

SHIRLEY EMERICK

SHIRLEY EMERICK; CLÁUDIA PIRES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Presidente da Caixa diz que mutuários terão financiamento direto e que o Banespa decidiu aderir ao pool de bancos credores

O Banespa decidiu aderir novamente ao pool de bancos credores da Encol para refinanciar os empreendimentos que não estão concluídos, segundo disse ontem o presidente da CEF (Caixa Econômica Federal), Sérgio Cutolo.
Com isso, fica praticamente acertada a solução para os 42 mil mutuários da Encol. Cutolo disse que o refinanciamento será decidido caso a caso.
A assessoria de imprensa do Banespa não confirmou a informação. Segundo o banco, as negociações entre os credores e a Encol ainda estão em andamento.
Cutolo afirma ainda que as instituições financeiras já estão chamando os mutuários de cada empreendimento. Para que uma obra seja retomada, por exemplo, é preciso que os clientes desistam das ações judiciais e concordem com a solução definida.
A CEF, por exemplo, tinha apenas dois empreendimentos acertados com Encol (um shopping center e um apart hotel), já concluídos. No acordo com os bancos, a CEF decidiu refinanciar três prédios em Brasília e já está convocando os mutuários para discutir como será a negociação.
O Itaú, segundo Cutolo, assumiu 12 conjuntos habitacionais inacabados e também está conversando com os mutuários.
Na quarta-feira passada, o ministro Pedro Malan (Fazenda) se reuniu com os representantes dos bancos federais -Banco do Brasil, CEF e BNDES- para encontrar uma solução rápida para a crise.
A pendência era o Banespa. O banco, que está sob intervenção do Banco Central, havia deixado o pool de bancos credores da Encol por uma questão tributária.
O Banespa tem R$ 87 milhões a receber da Encol e, em seu balanço, considerou esses créditos como perda efetiva. Por causa disso, o lucro do banco e o recolhimento do IR foram menores.
O Banco do Brasil, maior banco credor da Encol, diz não ter conhecimento de nenhuma decisão oficial. O banco reafirma a posição de estar em negociação com os outros credores da construtora.
Mutuários
O engenheiro Roberto Ramos Kotait, mutuário da Encol, afirma não ter recebido nenhum comunicado sobre o refinanciamento direto de seu apartamento.
Ele é presidente da associação de moradores do Espaço São Paulo 2, um dos empreendimentos da Encol em fase final de construção.
"Esperamos uma decisão que inclua a Encol, pois se ela quebrar, quebramos todos", diz ele.
Segundo Jorge Washington Queiroz, presidente da Encol, a empresa ainda está aguardando uma decisão dos bancos credores e do Ministério da Fazenda.

Colaborou Cláudia Pires, da Reportagem Local

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