São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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Átomo defeituoso atrapalha transmissão de dados

GISELE RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A SAN JOSÉ

Um equipe de cientistas do centro de pesquisa Almaden, da IBM, em San José, na Califórnia, está estudando o comportamento de impurezas na superfície de metais supercondutores -usados nos circuitos dos computadores.
O objetivo é saber como a formação de moléculas de metais diferentes pode afetar a transmissão de dados. Os primeiros resultados revelaram que os efeitos de impurezas -ainda que do tamanho de uma partícula atômica- são devastadores.
"Elas atrapalham a transmissão de dados nos circuitos de placas e microprocessadores", diz o físico Donald Eigler. "Com esse estudo, esperamos encontrar novas pistas para fazer circuitos eletrônicos menores e mais poderosos."
O trabalho de Eigler e sua equipe consiste na movimentação individual de átomos da superfície de um metal supercondutor para a de outro, diferente.
Isso só é possível com a ajuda de um supermicroscópio, o STM. Ele possui uma espécie de ímã na ponta e permite visualizar partículas atômicas invisíveis a olho nu.
O microscópio, que é controlado por computador, fica em um cilindro fechado a vácuo a uma temperatura de cerca de 4 graus Kelvin (aproximadamente - 270 °C).
Os físicos movimentam o microscópio e levam um átomo de um lugar para outro. Segundo Eigler, os efeitos dessas mudanças podem ser vistos em imagens -em forma de currais- formadas pela junção de átomos de metais diversos.
"O contato de átomos diferentes forma ondas eletromagnéticas parecidas com aquelas que vemos na superfície de um lago calmo quando jogamos uma pedra", diz.

A jornalista Gisele Ribeiro viajou a San José a convite da IBM.

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