Folha de S.Paulo - Apoio à realeza é menor que 50% pela primeira vez

São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997

Apoio à realeza é menor que 50% pela primeira vez

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Uma pesquisa divulgada ontem no Reino Unido afirma que o apoio à família real britânica entre a população é, pela primeira vez na história, inferior a 50%.
O levantamento do instituto ICM, publicado pelo jornal "The Guardian", mostra que 48% da população acha que o país estaria em situação pior sem a monarquia. Há três anos, 70% tinham essa opinião.
Entre os ouvidos pela pesquisa, 31% acham que o país estaria melhor sem a monarquia, e 21% disseram não saber. Os dados do levantamento foram colhidos em entrevistas telefônicas com 1.211 pessoas em todo o país.
Acredita-se que a queda na popularidade da realeza britânica esteja sendo causada pelos sucessivos escândalos dos quais seus membros são os protagonistas.
O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, se divorciou da princesa Diana há um ano.
Os dois admitiram em entrevistas transmitidas pela TV em horário nobre terem tido relações extraconjugais durante o tempo em que ficaram casados.
Desde o divórcio, Charles tem se encontrado regularmente com sua namorada, Camilla Parker-Bowles.
Jornais britânicos publicaram recentemente especulações de que o príncipe estaria buscando uma fórmula para poder oficializar sua união com Camilla sem perder o direito de suceder a Elizabeth 2ª no trono britânico.
Diana, por sua vez, voltou a ser o centro das atenções dos tablóides sensacionalistas nesta semana, com a publicação no domingo de fotos que indicam que ela está tendo um romance com o produtor de cinema Dodi al-Fayed.
Al-Fayed é filho de Mohamed al-Fayed, dono da tradicional loja de departamentos londrina Harrods. O empresário egípcio admitiu ter dado dinheiro a deputados do Partido Conservador que se comprometessem a representar seus interesses no Parlamento.
A pesquisa do "The Guardian" também mostra que a faixa etária que mais apóia a família real são os maiores de 65 anos.
Com o passar do tempo, prevê o diário, a tendência é a de que o apoio à instituição da monarquia caia gradualmente. A fatia da população onde a simpatia pela realeza é menor é a que vai dos 18 aos 24 anos.

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