São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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PF já errou em casos de bomba

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal já errou ao divulgar nomes de acusados por atentados a bomba. O caso mais famoso envolveu o ex-oficial de chancelaria do Itamaraty Jorge Mirândola, 48.
Em 3 de outubro de 1995, ele foi preso pela PF acusado de ter enviado um livro-bomba para a sede do Itamaraty, em Brasília.
Na explosão, a bomba feriu a diplomata Andréia Cristina David.
Sete dias após ter sido preso, Mirândola foi solto pela Justiça Federal, que alegou falta de provas.
O juiz José Eustáquio da Silveira afirmou que os indícios apresentados pela Polícia Federal eram "insuficientes" e "fantasiosos".
As provas com que a Polícia Federal havia justificado a prisão de Mirândola eram um frasco com ácido e uma placa de bronze encontradas no apartamento de Mirândola, no Rio de Janeiro.
Segundo Mirândola, os materiais apreendidos foram utilizados na armação de chapéus e para gravação de chassis de carros.
O caso só foi resolvido após a entrada do FBI (equivalente à PF dos EUA), que achou impressões digitais na bomba.
No dia 6 de dezembro de 1995, a PF divulgou o retrato falado de um suspeito. Mas, apenas no dia 9 de março seguinte, a polícia conseguiu prender o contínuo do Itamaraty Nelson da Silva Leonel, 36.
Em sua casa, em Valparaíso (GO), a PF encontrou uma placa de madeira e pedaços de compensado que coincidiam com os materiais utilizados no livro-bomba.

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