São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Índios vão a Brasília pedir revisão da sentença

ANDRÉ MUGGIATI

ANDRÉ MUGGIATI; LUIZ FRANCISCO
DA REPORTAGEM LOCAL

LUIZ FRANCISCO
Cerca de 500 índios pataxó hã-hã-hãe do sul da Bahia devem ir a Brasília, no início da próxima semana, para pedir a revisão da sentença dos acusados de atear fogo no índio Galdino José dos Santos.
O protesto dos índios deve inaugurar uma campanha nacional pela modificação da sentença, que está sendo organizada pelo Comitê Índio Galdino. Entidades definem hoje como será a campanha.
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário), uma das entidades que fazem parte do comitê, deverá propor o lançamento de uma campanha nacional contra a violência e a impunidade.
Segundo o secretário-executivo do Cimi, Saulo Feitoza, a campanha deverá ser composta por publicidade em meios de comunicação e manifestações populares.
Os índios pataxó hã-hã-hãe deverão acompanhar a entrega do recurso dos advogados da família do índio e da promotoria ao Tribunal de Justiça do DF.
O líder da tribo pataxó hã-hã-hãe em Pau Brasil (528 km ao sul de Salvador), Wilson de Jesus Santos, disse que, neste final de semana, os índios devem deixar a aldeia rumo a Brasília.
"Vamos mostrar nossa indignação por uma decisão que tem que ser revogada", afirmou Jesus dos Santos, que é sobrinho de Galdino.
Segundo o Cimi, algumas entidades sindicais teriam oferecido ônibus, caminhões e carros para transportar os índios até Brasília.
Outra manifestação com a participação de índios de todo o país está marcada para o 7 de Setembro, durante o Grito dos Excluídos, em Brasília.
O Cimi também deverá propor a realização de um julgamento simulado dos jovens que atearam fogo em Galdino.
"A idéia é incentivar a participação da sociedade na discussão desse caso", afirmou Feitoza.
A reunião do comitê que definirá como será a campanha acontece às 10h, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, e é aberta ao público.
Além do Cimi, o Comitê Índio Galdino é composto por outras entidades, como as comissões de Minorias e Direitos Humanos da Câmara e a comissão de Assuntos Sociais do Senado.

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