São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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E deu Cruzeiro!

JUCA KFOURI

Não foi fácil. Ao contrário, foi dramático.
Dez minutos antes do gol do predestinado Elivélton, com o pé cego, o direito, Dida havia feito um milagre, com o pé santo, o direito, defendendo um chute à queima-roupa.
Ao se equiparar ao Santos, São Paulo e Grêmio, bicampeão da Libertadores também, o Cruzeiro deve seguir o exemplo gaúcho e, a partir de agora, só pensar no dia 23 de novembro, quando, em Tóquio, terá pela frente a competitiva escola alemã do Borussia Dortmund.
Será a grande chance de vingar a derrota para o Bayern Munique, 21 anos atrás, e dar, definitivamente, o passo que falta para o Cruzeiro entrar na galeria dos clubes imortais.
E não me venham com essa história de que a Fifa não reconhece o jogo no Japão como decisão do Mundial de clubes, porque quem desdenha quer comprar.
Se é verdade que a Fifa está organizando um Campeonato Mundial de clubes mais globalizado, não é menos verdade que a bandeira da entidade sempre aparece hasteada em Tóquio -e há de ser por algum bom motivo.
Além do mais, a torcida brasileira, mais que a Fifa, confere à Copa Toyota, como alguns respeitáveis colegas se referem com desdém, o valor de uma Jules Rimet, e é isso que importa.
Daí o Cruzeiro ter todos os motivos para se planejar e esquecer o Campeonato Brasileiro, fazendo do Vergonhão-97, no máximo, pista de provas para chegar tinindo ao outro lado do mundo.
O título da Libertadores já faz do Cruzeiro o clube do ano no Brasil. O Mundial poderá fazê-lo imortal, como Flamengo de Zico.
*
Sem alarde, o governador do Rio, Marcello Alencar, decretou no dia 3 de julho que os jogos "similares" aos bingos passam a poder pagar apenas 25% como premiação aos apostadores, contra os 75% determinados por lei para os bingos.
É a porta que se abre para a chamada loteria da CBF, que planeja pôr 55 mil máquinas on-line no Estado fluminense.
O projeto, já antigo, que parecia adormecido até por tornar impossível o controle sobre a participação de menores na jogatina, volta revigorado pela Loterj em época pré-eleitoral.
Segundo consta, a regulamentação do decreto está pronta, à espera de nova assinatura de Alencar.
Está explicado o silêncio de Rico Terra.
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Tostão estréia em setembro na ESPN/Brasil.

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