São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997 |
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Público volta às salas do país
MARTA AVANCINI
Dados do Conselho Nacional de Cinematografia (CNC) apontam que a frequência às salas de cinema aumentou dois pontos percentuais entre janeiro e maio, ultrapassando 35 milhões de espectadores. Quanto aos filmes franceses, estes chegam a 38,7% do total em exibição, cerca de um ponto percentual acima do ano passado. "O momento é bom. Se continuar assim, vamos ter o melhor ano em uma década", disse à Folha o crítico Thierry Fontaine, da revista "Film Français". Em 87, o frequência às salas de cinema beirou os 136 milhões de espectadores. A nova safra de diretores, o crescimento do número de produções e a predominância dos temas leves são os motivos do retorno do público às salas. Quem diz é Serge Toubiana, editor-chefe da revista "Cahiers du Cinéma". O filme mais assistido na França nos últimos 12 meses foi "O Quinto Elemento", de Luc Besson, com cerca de 1,3 milhão de espectadores em Paris e região desde maio. Em segundo lugar, vem a comédia "La Vérité Si Je Mens!" (A Verdade Se Eu Mentir!, 1996), de Thomas Gilou, que atraiu quase 1 milhão de parisienses em 11 semanas. "As comédias, tradicionalmente, têm muito público, mas o aumento da frequência também está ligado ao das produções", disse Fontaine. O CNC computou 89 filmes em 94, 97 no ano seguinte e 104 em 96. Em geral, são obras de cineastas em início de carreira, com um custo inferior a US$ 2 milhões e que priorizam a diversão. Jan Kounen, Martine Dugowson, Laurence Abel Ferrara e Graham Guit são nomes que têm tido destaque nas publicações especializadas. Nem sempre com elogios. "Dobermann" (1996), de Jan Kounen, provocou polêmica pelo excesso de violência e pela falta de sentido. Kounen tem experiência em curtas-metragens e optou por fazer um filme "anarquista e divertido". Ele inverte os códigos tradicionais do "thriller" ao criar uma trama em que os policiais são maus e os bandidos, bons. Polêmicas à parte, "Dobermann" se mantém entre os dez filmes mais vistos em Paris desde que entrou em cartaz, há um mês. Diálogos engraçados, referências à TV e uma história de amor são os ingredientes que incluíram "Le Ciel Est à Nous" (O Céu É Nosso, 1996) no ranking dos 20 mais vistos em duas semanas de exibição. O filme é a estréia de Graham Guit no longa-metragem. Estrelado pela atriz Romane Bohringer, o filme conta, em ritmo de "road movie", as aventuras de dois traficantes. Laurence Abel Ferrara transforma a Aids na base de uma história com final feliz em "J'ai Horreur de l'Amour" (Tenho Horror ao Amor, 1996): uma médica se envolve com um paciente com Aids. A "Positif" o elegeu como exemplo de obras que "vêm sendo objeto de uma cobertura extravagante e inversamente proporcional à importância do filme". Texto Anterior: "Microcosmos" faz culto do assombro sem palavras Próximo Texto: Tupac procura em vão por reabilitação Índice |
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