São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Surto pode não acabar este ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do CVE do Estado admitiu que não é fácil controlar uma epidemia de sarampo e não descartou a hipótese de o surto se estender até o próximo ano.
Mas, segundo Mirian de Moura, assistente técnica da direção do CVE, não é necessário vacinar adultos nesse momento para impedir o avanço da epidemia.
"A estratégia de vacinar na campanha apenas as crianças entre 6 meses e menos de 5 anos está correta", disse Mirian.
"Com a vacinação, não pretendemos acabar com a epidemia, mas reduzir o ritmo do seu crescimento. Não se acaba com uma epidemia de sarampo em poucos meses, mas gradualmente."
Segundo Mirian, grande parte dos adultos que contraíram sarampo pegou a doença de crianças. Por isso, ao vacinar crianças, o Estado estaria tentando neutralizar o principal agente transmissor da doença.
"Em 1987 (quando houve o último grande surto de sarampo em São Paulo), a vacinação em crianças ajudou a conter a contaminação nos adultos. Esperamos que isso também aconteça desta vez", afirmou a assessora técnica.
Mais otimista do que o CVE, Jarbas Barbosa, diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, afirmou que a vacinação de crianças contra sarampo em São Paulo deve deter o surto "de imediato" se a cobertura vacinal atingir 95% da população alvo.
Ele não acredita que a epidemia se estenda até o próximo ano.
Segundo Barbosa, não é uma boa política de saúde pública tentar deter surtos de sarampo vacinando também adultos.
"As campanhas em adultos são pouco eficazes. Apenas de 30% a 40% do adultos que deveriam ser vacinados nessas campanhas acabam sendo imunizados", afirmou Barbosa.

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