São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Brasil encerra participação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A participação das Forças Armadas brasileiras na missão da ONU em Angola terminou oficialmente ontem mesmo. O último contingente chegou ao Brasil ontem e foi recebido com festa nos quartéis de Goiânia.
Ficaram em Angola quatro militares na condição de observadores. Do contingente de 1.130 homens que integraram a Missão de Paz desde julho de 95, apenas seis militares ficaram na cidade do Lobito, guardando no porto os equipamentos militares, de trans"porte e de apoio que devem ser embarcados na próxima semana de volta ao Brasil.
No início do ano, o governo angolano pediu formalmente ao presidente Fernando Henrique Cardoso que o Brasil mantivesse um contingente militar no país, mesmo depois de encerrada a missão da ONU. Angola queria que permanecessem lá, preferencialmente, duas companhias, uma de engenharia e outra da área médica.
O governo brasileiro rejeitou a proposta. FHC prometeu contribuir com Angola dentro dos programas de ajuda estabelecidos nos acordos de relações bilaterais.
A Folha apurou que o governo brasileiro decidiu não manter nenhum militar em Angola por temer que a instabilidade política da ex-colônia portuguesa na África, depois da saída da ONU, pudesse se deteriorar a ponto de ressuscitar a guerra civil. Neste caso, os militares brasileiros seriam obrigados a se defender e o Brasil seria acusado de atuar diretamente na guerra.

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