São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Sem-terra crê em 'balela'

EDMILSON ZANETTI; JOSÉ ERNESTO CREDENDIO

da Agência Folha, em São José do Rio Preto e em Presidente Prudente
O dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilmar Mauro disse duvidar que fazendeiros ligados à UDR promovam invasões de assentamentos no Pontal do Paranapanema, como sugeriu o vice-presidente da entidade, Guilherme Prata.
"Eles não se atreveriam. Eles são só meia dúzia, nós temos muita gente. Eles não sabem com quem estão lidando. São gente boa, mas não brinquem com a moral e o sentimento de um povo, que aí a coisa complica", disse.
Mauro afirmou ainda que "os grandes invasores do Pontal são precisamente esses fazendeiros ligados à UDR". Ele disse não estranhar a ameaça feita por Prata, embora duvide.
"Eles sempre utilizaram armas para manter o poderio daquelas terras, que são públicas.".
Para Mauro, que esta semana acompanha à distância os desdobramentos da crise na região do Pontal, a tentativa dos ruralistas de organizar uma demonstração de força hoje "é uma balela".
"Eles estão tentando contra-atacar porque estão isolados. Quem se sente acuado vai tentar gritar, espernear. O latifúndio no Pontal está com os dias contados", disse o dirigente sem terra.
Mauro afirmou que o MST está disposto a colaborar com governo, mas que o prazo da trégua está efetivamente acabando.
"Temos 14.600 famílias cadastradas. Ou seja, gente tem, terra tem, decreto tem. Só falta sair do papel."
(EZ e JEC)

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