São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Garotas de programa se despem na Internet

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

"Que tal uma mulata tipo exportação? Você nunca viu nada igual..." Possivelmente, você já leu uma mensagem desse tipo antes. A diferença é que, agora, clicando com o mouse do computador sobre o nome da moça, você vai ver fotografias dela em poses variadas.
Os anúncios de garotas de programa estão ocupando o seu espaço na Internet, a rede mundial de computadores. Nos EUA, já é possível contratar prostitutas pela rede há anos. Nos últimos meses, o negócio começou a estourar a partir de São Paulo e do Rio.
Em relação a anúncios semelhantes publicados em revistas e jornais, na Internet eles apresentam uma vantagem fundamental: permitem ao cliente cotejar a discrição feita no texto -quase sempre exagerada- com a imagem da moça. Ou do moço. Ou do travesti.
Pelo menos quatro sites acolhem anúncios de garotas de programa. O maior, o do "NiteLite Jornal", há três meses no ar, oferecia na última sexta-feira os serviços de 22 profissionais do sexo.
O site é uma espécie de jornal eletrônico, que promete um "jeito mais fácil e moderno para você desfrutar dos prazeres da noite de São Paulo". Há alguns anúncios de bares, motéis e casas noturnas, mas o forte mesmo são os classificados de garotas de programa.
"Todo mundo que entra no jornal, entra pelo setor de acompanhantes. É o setor que tem mais apelo de mercado", diz João Augusto Costabile, do "NiteLite".
Impressão semelhante tem Alexandre Carvalho, responsável pelo SOServe, um serviço de classificados baseado no Rio, que acolhe anúncios em 19 diferentes seções. "O retorno maior, para os clientes, é na área de erotismo".
Carvalho está na rede desde outubro de 96. Planeja começar a disputar o mercado paulistano ainda este mês. Na última sexta, oferecia 12 anúncios "eróticos", de garotas de programa e travestis (na subseção "massagista/escort") e também de saunas e vídeos eróticos.
Um outro serviço desse tipo, o "ClassificNet", está "ancorado" num lugar inusitado, a "Brazil Art", site dedicado à divulgação de galerias de arte e artistas plásticos.
Na semana passada, o site acolhia anúncios de um tele-sexo e de três "acompanhantes".
"Começamos divulgando galerias e artistas. Mas o interesse cresceu e criamos um apêndice, os classificados. Não tivemos nenhuma reclamação até hoje. O universo da arte não padece desse puritanismo", diz o artista plástico Wellington R. Costa, dono do site.
Como ainda é um mercado iniciante, os preços cobrados pelos anúncios variam muito. O SOServe, por exemplo, cobra R$ 100 para colocar o anúncio no ar por um ano (mais R$ 10 por foto). A Brazil Art, R$ 200 por um período de seis meses. Já o NiteLite cobra de R$ 100 a R$ 300 por mês, por anúncio.

Endereços:
NiteLite: http://www.nitelite.com.br
SOServe: http://www.sosserve.com.br
ClassificNet: http://www.brazil-art.com.br/cla
Divirta-sex: http://www.pontozero.com/scorts/

Texto Anterior: Não escutam os recados na frente deles
Próximo Texto: 'O pessoal está me acessando direto'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.