São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Estudante é favorável a taxa para quem pode

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A carioca Isabela Henriques, 21, que cursa o sétimo período da Faculdade de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), acha que os alunos que têm dinheiro deveriam pagar mensalidade, mesmo em escolas públicas.
"Acho justo que se pague uma mensalidade, entre um e dois salários-mínimos. Só não sei se meu pai vai concordar com isso", disse.
Ela mora na Barra da Tijuca, em apartamento próprio, tem celular, um Fiat Uno 96 e viaja para o exterior a cada dois anos. O pai, Eduardo Martins, engenheiro químico da Odebrecht, e a mãe Neli Henriques, professora aposentada, moram em São Paulo. Ela viaja uma vez por mês -de avião ou de carro- para visitar os pais.
Segundo Isabela, o fato de muitos estudantes de universidades federais pertencerem às classes A e B revela um problema estrutural da educação.
"Enquanto o ensino universitário é de alto nível em estabelecimentos públicos e privados, o mesmo não acontece nas séries de formação, de 1º e 2º graus. Assim, quem tem condições de pagar uma escola boa tem mais chances de se preparar para uma universidade federal", disse.

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