São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Técnico quer fim do 'chutão'

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Além do sucesso de seus times, Uma boa parte do fama de Simon Clifford advém do seu repúdio aos dogmas do futebol inglês.
"Aqui os livros dizem que a maioria dos gols saem com até quatro toques, desde a bola com o goleiro. E aí, todos os times vivem dando chutões. É com isso que quero acabar."
Clifford conta que a primeira coisa que fez na escola ao assumi-la foi mudar os padrões de futebol.
Abandonou o estilo holandês, em que a técnica é usada em função do esquema tático, e adotou o brasileiro, que incentiva mais a habilidade.
Para melhorar o jogo dos meninos, passou a fazer treinos em campos com tamanho de futebol soçaite, com sete jogadores por time.
"Os meninos precisam ficar mais em contato com a bola. Aqui, na maioria das escolas, os treinadores fazem treinos físicos puxados para crianças, até com flexões de braço."
Segundo ele, nas escolas as crianças copiam dribles famosos, como o "elástico" de Rivellino, e os ensaiam até a exaustão.
"No treino fazem certo, Tem alguns que fazem mais embaixadas até do que o Juninho, mas é tudo mecânico, não têm intuição. Não sabem fazer a jogada sem pensar e então, no calor do jogo, erram."
Outra diferença, segundo ele, é que as crianças brasileiras são mais disciplinadas e interessadas.
"Mesmo na minha escola, quando falo, é raro ver os olhos de alguma criança em minha direção. Todos se distraem."
(MD)

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