São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Camisetas atraem até turista japonês

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é preciso chegar nas finais dos campeonatos de futebol mais importantes do país e do mundo para que as lojas de material esportivo vendam grande quantidade de camisas de times.
Além do uniforme corintiano, que lidera as procuras em São Paulo o ano inteiro, e da seleção brasileira, campeã de vendas em julho, por causa do título da Copa América, muitos de outros clubes têm saída garantida.
Não são apenas as equipes com grandes torcidas na cidade, como São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Grêmio, mas Juventude, Criciúma e Bragantino também têm.
Outra grande quantidade de venda ficam por conta de equipes e seleções estrangeiras. Colecionadores chegam a desembolsar R$ 100,00 e até mais por "raridades".
O preço das camisas de times do exterior varia de R$ 50,00 a R$ 120,00, dependendo do endereço e do time.
Na loja Planeta Futebol, 60% do faturamento mensal sai da venda de camisas da modalidade.
Entre as "novidades", as das seleções da Nigéria e da Holanda são destaques e muito aguardadas.
Longo caminho
Alguns fanáticos costumam vir de muito longe em busca de novidades. Todos os anos a loja Esporte Fabiano, no Tatuapé, é visitada por equipes universitárias de futebol do Japão.
Todos compram camisas de clubes brasileiros, europeus e africanos, sem preocupação com preço.
"Eles levam muita quantidade e dizem que no Japão não existe tanta variedade", afirma Rogério Abreu, 25, vendedor da loja.
Na lista de produtos, as camisas do Santa Cruz, Paraná Clube, Coritiba, Estrela Vermelha (Iugoslávia) são as mais exóticas.
Abreu garante que há comprador para todo tipo de time.
A vedete da loja, no momento, é a camisa do holandês Vitesse, eleita uma das mais bonitas dos campeonatos europeus. Lilás e amarela, custa R$ 65,00.
Quanto às seleções, África do Sul é das mais raras. Croácia, República Tcheca, Espanha, Argentina e Alemanha também estão à venda.
A loja tem estoque de 5 mil camisas e chega a acumular 6 mil em finais de competições.
Luis Gonzaga de Melo, 48, gerente, afirma que 12% do faturamento da loja sai dessas venda, mas a porcentagem poderia ser maior.
"O lojista se tornou cauteloso, porque os times mudam muito o modelo da camisa. Nós acabamos vendendo as antigas a preços muito baixos, porque ficam encalhadas. O torcedor sempre vem buscar a nova."
Com o futebol internacional isso não acontece, e a procura por clubes diferentes, mesmo que não sejam famosos, é constante.
"Os times estrangeiros não trocam de camisa como de jogador. Por isso a gente tem tanta confiança ao trazer coisas de fora. Sempre tem quem queira, acaba vendendo bem", afirma Gonzaga.

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