São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Scolari testa 'maldade' contra Cruzeiro

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras enfrenta em casa o Cruzeiro, hoje, às 16h, com apenas um desfalque, o zagueiro Cléber, que foi expulso na derrota contra o Internacional por 2 a 1.
Em seu lugar, entra o também robusto Tuchê para fazer dupla com Roque Júnior, alvo principal das instruções do técnico palmeirense, Luiz Felipe Scolari.
"Roque Júnior é muito técnico, não sabe como é eficiente dar umas trombadas. Ele precisa adquirir um pouco mais de maldade", afirma Scolari, que, na época de jogador no Rio Grande do Sul, foi zagueiro de times interioranos.
"Quando eu falo maldade, quero dizer imposição física. Nas divididas com os atacantes, de dez trombadas, o zagueiro deve ganhar nove. Na que sobra, ele comete falta."
Nesse quesito, Scolari não tem do que reclamar de Tuchê. "Ele tem o tipo físico que dá medo ao adversário."
Mas o técnico nega-se a compará-lo ao antecessor Tonhão, como fazem os torcedores. "Isso quem fala é o torcedor. Não trabalhei com o Tonhão, não posso fazer comparação", afirma.
Para Roque Júnior, estar sem Cléber ao seu lado na defesa não é motivo de intranquilidade.
"Disputei dois jogos pelo Brasileiro com o Tuchê. Não houve nenhum problema", disse.
Para Scolari, a zaga não merece nenhum cuidado a mais por estar enfrentando o campeão da Taça Libertadores da América.
"Qualquer zagueiro é vulnerável no Brasil, por isso todos os times têm, pelo menos, dois meio-campistas que marcam próximos à área. Faço isso em qualquer circunstância ou contra qualquer time", afirma o técnico.
'Carimbar a faixa'
Os palmeirenses assumiram posições bem diferentes com a possibilidade de derrotar o premiado time mineiro do Cruzeiro.
"Vou fazer de tudo para ganhar do Cruzeiro para carimbar a faixa de campeão deles", disse o atacante Oséas.
Viola, seu possível companheiro de ataque, também ficou eufórico com a possibilidade. "A torcida vai lotar o Parque Antarctica para ver o Palmeiras apavorar o Cruzeiro", disse o centroavante.
Já o lateral-direito Pimentel é mais reticente quanto à travessura com o campeão. "Não tem essa de carimbar a faixa de ninguém. O importante são os três pontos."
Segundo o lateral, o time ainda precisa se entrosar mais. "Estamos errando muitos passes, mas, só com os jogos, virá a movimentação ideal."
O meia Zinho, organizador das ações ofensivas, prefere esperar para ver que Cruzeiro irá enfrentar. "Eles podem vacilar por estarem relaxados, mas também podem vir com muita confiança."
Como Pimentel, Zinho crê que o entrosamento está surgindo, mas a excursão para a Espanha, que começa amanhã, pode atrapalhar.
"Pessoalmente, eu preferia ficar aqui e aproveitar que a equipe está crescendo. Mas é um compromisso", afirmou o meia.
Scolari concorda com Zinho. "A excursão é obrigatória. Tem de ir? Então, vamos", disse.
O Palmeiras vai a Valência, sul da Espanha, disputar o torneio Naranja, triangular de pré-temporada com a presença do Flamengo e do Valencia, ex-time de Viola e atual equipe de Marcelinho, Romário e do argentino Ariel Ortega.
O time vai depois para La Coruña enfrentar a equipe dos ex-palmeirenses Flávio Conceição, Luizão e Djalminha. A volta está marcada para o dia 27 deste mês.
No retorno, o time já teve ter um professor de hidroginástica. "Não fica bem a professora do clube, que trabalha com senhoras, dar aula para jogadores", afirma o diretor de futebol, Sebastião Lapolla. Nesta semana, o time foi impedido de usar a piscina do clube.

NA TV - Globosat/Sportv (menos para São Paulo) e ESPN/Brasil, ao vivo, às 16h

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