São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Juro alto leva à inadimplência

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o economista, mutuário e inadimplente da carteira hipotecária da CEF Orlando Zainaghi Júnior, 35, para ser razoável, o desconto mínimo do saldo devedor deveria ser de 35%.
Isso para recompor os aumentos das prestações e do saldo devedor causados pelos altos juros do mercado. "Esses desconto da CEF serve como desculpa para amenizar os prejuízos causados à população pela política de juros altos."
Ele comprou um apartamento em São Paulo que vale hoje cerca de R$ 100 mil. Já pagou aproximadamente R$ 100 mil, mas seu saldo devedor é de R$ 140 mil.
"É piada. A conta não fecha", diz ele. Sua prestação, que começou em cerca de R$ 850, em 1992, subiu para R$ 2.100 (em fevereiro passado, quando parou de pagar).
Só em 95, o saldo devedor subiu 40%. "Em 95, o juro subiu 35% acima da inflação; em 96, 19%; e, neste ano, está 14% acima."
Os reajustes entre seu salário e as prestações também ficam distantes um do outro. "No ano passado, tive 10% de reajuste no salário; nas prestações, 29%."

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