São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Fundação faz auditoria de bem-estar econômico

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Uma fundação de Londres criou um novo tipo de auditoria empresarial que leva em consideração questões éticas e o impacto de uma atividade sobre o meio ambiente.
A New Economics Foundation (NEF) faz levantamentos em empresas e instituições que consideram não só o aumento do lucro. A fundação considera importante, por exemplo, o bem-estar dos funcionários e o impacto da atividade da empresa sobre comunidades fornecedoras de matérias-primas nos países em desenvolvimento.
A NEF aposta que consumidores vão se preocupar cada vez mais sobre as implicações éticas e humanas de qualquer atividade comercial ou industrial antes de decidir que produto adquirir.
"Dizer que o objetivo de um negócio é ter lucro é o mesmo que afirmar que o ser humano vive só para comer", afirmou Ed Mayo, porta-voz da NEF.
A fundação contesta a visão de que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de um país signifique melhora na condição de vida de sua população.
Uma revista da organização dá como exemplo o fato de que o aumento dos casos de câncer significa também aumento do PIB.
"Um paciente de câncer gera gastos com saúde que fazem os números subir." Adicionam-se à lista custos com o combate ao crime, estresse, danos ambientais.
A fundação adota como padrão o Índice de Bem-Estar Econômico Sustentável.
A comparação do PIB com este índice mostra que o aumento da renda média não significa aumento do bem-estar econômico.
O indicador é calculado regularmente no Reino Unido, Alemanha, EUA, Áustria, Suíça, Itália e Holanda. Estará disponível em breve também no Chile.
A NEF diz que seu objetivo é fazer com que a sociedade responda tão rapidamente a indicadores que mostram queda na qualidade de vida quanto reagiria a uma queda na Bolsa de Valores.
(PHB)

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