São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Vale falar Bobagens?

Tudo é válido na hora da transa, inclusive chamar de prostituta
Abriram o jogo neste "sofá" o ator e escritor Marcelo Bandeira, 21, solteiro, outro ator e também publicitário Walney Virgilio, 26, solteiro, o empresário Sérgio Vilas Boas, 31, casado, o flautista Carlos Zens, 32, "praticamente casado", e o chefe de bufê, Christian Formon, 36, casado.
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Revista - As mulheres gostam de ser fortemente provocadas?
Marcelo - Entre quatro paredes, o que rolar, rolou. As mulheres com que eu saí gostaram.
Walney - Depende da mentalidade das pessoas e da abordagem. Acho que é um jogo psicológico. Se o jogo se estabeleceu, isso acontece.
Carlos - Acho que a provocação faz parte da natureza feminina.
Christian - Mulher tem mais habilidade, mais chances de provocar.
Revista - O que você faz quando ela pede para você falar bobagem?
Sérgio - Segue o barco, fala, por que não? Tem de estar aberto para tudo. Aconteceu algumas vezes comigo, mas nada que pudesse atrapalhar o relacionamento. Desde que não haja exagero, lógico. Não pode virar histerismo.
Carlos - A cada dia descobre-se algo que atrai. Um provoca o outro. Mas acho que não há necessidade de pedir, é coisa de sentir. Tudo rola muito natural. Não me lembro de nenhum momento em que me pediram para subir em cima do armário. Mas se pedisse eu ia tentar subir. A criatividade é importante.
Christian - Eu falo. É mais fácil besteira que coisas inteligentes.
Walney - Se o jogo é para falar bobagem, eu falo. Se é uma relação entre duas pessoas, isso deve ser encarado de forma positiva, sem baixaria.
Marcelo - Quem está na chuva, é para se molhar. Ela pediu, ouviu. Se a gente está fim de ouvir, a gente pede.
Revista - Você já pediu?
Marcelo - Umas duas vezes. Para chamar de gostoso, dizer o que está sentindo na hora. E aí a imaginação corre solta. Já me pediram para chamar de gostosa, tesuda, elogiar os seios.
Christian - Os pedidos são mais comuns entre as mulheres. É mais difícil para o homem, por causa do machismo.
Walney - Já pedi para ser chamado de gostoso, cachorro. Acho que é mais difícil para o homem admitir que pede para a mulher dizer coisas.
Revista - E se ela pedisse para ser chamada de prostituta?
Sérgio - Eu gritava prostituta a noite toda.
Revista - As mulheres que parecem mais comportadas, recatadas, são as mais depravadas na hora do sexo?
Christian - Não é regra.
Carlos - Às vezes, a mulher tem uma imagem mais conservadora, se fecha e é aquilo: "Nunca brinca Carnaval. Quando brinca, destrambelha, solta a franga". Aí você nem reconhece.
Marcelo - Eu estava com uma garota e imaginava como ia começar. Ela era tímida, e eu também ficava por tabela. Aí, para minha surpresa, acabei sendo dominado. Para mim, seria um tradicional papai-mamãe. Fiquei boquiaberto. Ela pediu para chupar seu pé.
Revista - E o contrário? Mulher insinuante que na hora agá não rende?
Sérgio - Às vezes, você imagina uma supertransa. E acaba transando com um saco de batata, uma geladeira. Não se pode preestabelecer pela aparência.
Christian - Depende de quanto se espera de uma mulher. Às vezes a moça é legal, mas você esperava tanto que a expectativa é frustrada.
Sérgio - Se você não esperava nada da santinha, o que ele fizer, surpreende.
Sérgio - As mulheres estão indo para o desespero. Boa parte dos homens está casada, existem mais mulheres que homens e metade dos solteiros é gay. Na maternidade onde minha filha nasceu, só havia dois meninos. Elas estão apavoradas.

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