São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Neto de Tônia Carrero interpreta soldado em "Mandacaru"

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Neto de Tônia Carrero e filho de Cecil Thiré, Carlos Thiré, 25, não se arrepende de ter trocado a carreira de biólogo pela teledramaturgia. Depois de fazer o papel de Billy em "Perdidos de Amor", na Bandeirantes, o ator interpreta agora o soldado André em "Mandacaru", da Manchete.
Seu personagem chega à fictícia cidade de Jatobá, na Bahia, acompanhando o tenente Aquiles (Murilo Rosa) -que foi escolhido pelo presidente Getúlio Vargas para pôr fim ao cangaço e implantar uma nova política de justiça no sertão.
"É o tipo de papel que te dá a oportunidade de crescer como ator. Ele é um soldado carioca que destoa do universo dos cangaceiros e tem de enfrentar as dificuldades que a região impõe", diz Thiré.
Antes de encarnar André, o ator pesquisou o período histórico em que se passa a ação da novela -apesar de contar com elementos fictícios, a trama de "Mandacaru" retrata a decadência do cangaço após a morte de Lampião, em 1938.
"O contato com o sertão baiano também me ajudou a conhecer melhor esse universo. Conheci pessoas que afirmam terem estado com Lampião e vi uma das casas em que Maria Bonita morou", conta o ator, referindo-se à semana em que o elenco gravou cenas da novela em Paulo Afonso (a 471 km de Salvador).
Nesse período, vários atores se machucaram durante as gravações -principalmente caindo de cavalos em cenas de perseguição. Thiré, que sempre cavalga na fazenda do pai, não sofreu qualquer queda, mas saiu da Bahia com dez pontos na testa.
"Antes da viagem, meu pai telefonou e pediu que eu tomasse cuidado e exigisse dublês nas cenas perigosas. O pior foi que eu me machuquei sem ter feito qualquer coisa extravagante. Bati a cabeça ao sair apressadamente de um dos ônibus da produção", lembra o ator, rindo.
O fato de ser um iniciante em uma família de atores não o incomoda. "Nunca me pressionaram para seguir essa carreira. Meu pai jamais me colocaria em uma novela para me promover. Mas reconheço que tenho sorte por poder contar com ele e minha avó, que são muito talentosos".
(EG)

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