São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Biólogo avalia limpeza da água

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ter uma boa avaliação da carga tóxica existente na água usada em processos industriais é uma das principais garantias de preservação dos recursos hídricos do país.
O biólogo Murilo Damato, 38, inova a pesquisa nessa área, não só pela extensão de seu trabalho de análise -que incluiu avaliar a toxicidade em várias etapas do tratamento da água-, como na introdução, por exemplo, de peixes nativos brasileiros como um dos indicadores dessa avaliação.
Em sua tese de doutorado (leia Sumário), cuja pesquisa de campo foi feita na refinaria da Petrobrás em Capuava (SP), Damato demonstra que um dos principais recursos usados hoje para retirar a carga tóxica da água resultante de processos industriais -o sistema de lodos ativados- "é extremamente eficiente".
O sistema de lodos ativados é um grande tanque, com alta concentração de bactérias. A água resultante do processo industrial é jogada dentro desse tanque e as bactérias "comem" os resíduos tóxicos. Para isso, é necessário muito oxigênio, que também é introduzido no tanque. O resultado desse processo é o lodo, que se deposita no fundo do tanque, e água limpa.
Além de um peixe brasileiro (que tem o nome científico Hyphessobrycon callistus), Damato utilizou dois microcrustáceos (Daphnia similis e Ceriodaphnia dubia) para avaliar a qualidade da água.
Segundo Damato, houve diferentes reações à toxicidade da água, dependendo do organismo usado, o que levou a uma de suas principais conclusões: "A necessidade do emprego de mais de uma espécie em testes de toxicidade com efluentes devido à diferença de sensibilidade entre elas".
A legislação sobre o monitoramento de efluentes industriais está atualmente em debate no país.
(FR)

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