São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Vasp entra no mercado do Sedex

Empresa lança serviço de carga expressa

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Encomenda é Sedex. O resto é papo furex". O slogan da EBCT atesta a reação à mais recente investida da concorrência privada.
Para implantar o seu serviço de carga expressa, a Vasp foi buscar entre os ex-dirigentes da empresa estatal o criador do sistema Sedex, o baiano José Carlos Rocha Lima, 47, ex-presidente dos Correios (1990 a 1993). A empresa de Wagner Canhedo estruturou a Vaspex em silêncio, durante um ano.
"O mercado brasileiro é carente de um serviço de entrega porta a porta com qualidade e prazos de entrega", diz Lima.
O mercado de carga fracionada (pequenos objetos, peças de reposição da indústria, amostras) é calculado em US$ 6,5 milhões por ano. Esse serviço está distribuído entre 12 mil empresas que fazem transporte de carga. Os Correios respondem por 4,5% desse mercado.
"Não fizemos isso para concorrer com os Correios. Vamos atrás de segmentos que não estão sendo atendidos", diz.
O diferencial da Vaspex é o sistema de rastreamento da carga. Com dois meses e meio de operação, a empresa já entrega encomendas em 2.000 municípios. E pretende chegar aos 5.500 em meados de 1998.
A contratação de Lima pela Vasp também preocupa os empregados dos Correios. A empresa de Canhedo é fornecedora e concorrente da EBCT (opera na Rede Postal Noturna).
Segundo Cremilton Alves, diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, "a Vaspex está levando uma fatia dos negócios e acaba emperrando o Sedex".
Rocha Lima se recusa a comentar os problemas dos Correios e as críticas à mudança de empregador.
(FV)

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