São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 1997
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Carnaval 'paralisa' foliões venezianos

Mascarados, festeiros posam para fotos turísticas

ADRIANA ELIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Por sua pluralidade de culturas, não chega a ser uma idéia extravagante comparar a Itália a uma colcha de retalhos. E a surpresa é maior ainda quando vemos diferenças até mesmo no Carnaval.
Fazendo um giro por três cidades totalmente distintas, tanto pela localização quando pela dimensão, percebemos aspectos exóticos e atípicos.
O Carnaval italiano mais famoso é o de Veneza. É um desfile de máscaras e fantasias exuberantes em que a grande atração fica por conta de personagens anônimos, que se postam como estátuas de antepassados longínquos para grande diversão de turistas e curiosos.
Não é difícil também achar grupos que vêm de outros países simplesmente para participar dessa folia generalizada.
O cenário da festa é a praça São Marcos, famosa por seus pombos e pela arte que reúne dez séculos de estilos, que vão desde o grego, o bizantino, o medieval até o lombardo e o toscano.
A confraternização na praça é geral. Músicas de todos os países são tocadas a pleno volume. Todos dançam e por instantes esquecem suas diferenças e toda a história que os circunda.
Se você resolver se aventurar pelas vielas estreitas, repletas de arquitetura bizantina, poderá se sentir totalmente perdido num labirinto digno de um minotauro.
Mas há também a chance de você se deparar com grupos fantasiados nas famosas gôndolas, parados apenas para serem fotografados.
Rovigo é uma festa
Mas isso não é tudo. Na própria região vêneta está a cidade de Rovigo, distante aproximadamente duas horas de Veneza por trem.
Cidade pequena, erguida aproximadamente no século 9º, conserva sua tradição de forma ainda mais peculiar. Seu Carnaval apresenta um desfile de tom medieval realmente fortíssimo.
Os jovens da cidade organizam uma parada com músicos, acrobacias, trombetas e tudo mais. A grande atração são as performances de exímios artistas que manipulam até quatro bandeiras de uma só vez.
Você se sente em plena Idade Média. Até as fantasias são inspiradas nesses tempos imemoriais. Mas também não faltam crianças vestidas à última moda, tipo tartarugas-ninja. Diversidade continua sendo o mote.
Milão à brasileira
Milão, cidade grande e centro econômico do país, se mostra muito diferente.
Jovens e adultos, crianças e idosos comemoram o Carnaval ao som de música brasileira. Tocam desde "Aquarela do Brasil" até Daniela Mercury.
Concentrados na principal praça da cidade, na frente da gótica catedral Duomo, os foliões fazem questão de mostrar as fantasias mais variadas possíveis.
O grande atrativo é o show de espuma que transforma todos os participantes em bonecos de neve.
Frascos de gel branco em forma de aerossol são vendidos em larga escala e usados para deixar tudo e todos com cara de inverno.
Só que essa brincadeira lambuza, mancha e deixa velhinhos bravíssimos. Mas ninguém dá muita importância. O que importa é a pura diversão.
Tudo vale, tudo é festa, principalmente quando a ordem é comemorar e fazer de tudo para esquecer o frio insuportável na época do "Carnevalle" italiano.

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