São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 1997
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Corinthians nega culpa por acidente

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o Corinthians nem a empresa Lúcio Engenharia, contratada pelo clube para construir a nova sede social, assumiram ontem a responsabilidade pela queda de um guindaste, anteontem, no Parque São Jorge.
Na queda, o guindaste feriu o seu operador e um torcedor que havia ido ao clube para protestar contra a diretoria.
O advogado do Corinthians, Sérgio Dante Grassini, diz que no contrato com o clube a Lúcio Engenharia assume toda a responsabilidade pela obra.
"O contrato é pela obra pronta. O Corinthians só paga o material", afirmou.
Mas o advogado da empresa, José Rogério Tucci, disse que o guindaste foi alugado pelo clube junto à Enecontec Guindastes Ltda, e que, portanto, sua empresa está isenta de qualquer culpa.
"A Lúcio apenas indicou a empresa que fazia o serviço. O Corinthians a contratou", disse.
"Mesmo que tenha sido desse jeito, o Corinthians não tem responsabilidade no caso. Nós só pagamos o material. A mão-de-obra e parte técnica não têm responsabilidade do clube", opôs-se o advogado do Corinthians.
O laudo pericial, apontando as causas do acidente, deve sair na próxima segunda ou terça-feira.
Procurados pela Folha, nenhum diretor da Enecontec Guindastes Ltda atendeu às ligações.
O acidente
O guindaste caiu na segunda-feira, porque não conseguiu suportar o peso de uma carga de madeira.
Na queda, o guindaste atingiu o torcedor Cristiano José da Silva, 18, que teve a perna direita esmagada do joelho para baixo e fratura no braço direito.
No momento do acidente, Silva participava de um protesto da torcida Gaviões da Fiel na porta do clube, pedindo eleições para presidente no Corinthians e a volta das organizadas aos estádios.
O operador do guindaste, Gilberto Vilanova da Silva, 36, também foi atingido, sofrendo fratura exposta na perna esquerda.

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