São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 1997
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Polícia Militar; Ilação política; Esclarecimento; Utilidade duvidosa; Dividir para conquistar; Desarmamento; Malefícios do álcool

Polícia Militar
"Sobre a reportagem 'Especialistas defendem união de polícias' (10/8): o militar de polícia não é figura extravagante como possa parecer, mas comum nos países latinos.
Trata-se tão-somente de usar a hierarquia e a disciplina militares para manter a coesão dos efetivos policiais, funcionando como verdadeiros freios de desmandos, além de permitir mecanismos ágeis para, quando ocorrerem, puní-los administrativamente.
O emprego das Polícias Militares como força auxiliar e reserva do Exército não deve ser entendida como 'força operativa militar' e sim como 'força operativa policial'.
Não se trata, por certo, do militar treinado para a guerra, com sentido de força bélica, de eliminação, incorrendo em erro quem assim entende.
A reportagem também afirma que 'militares têm treinamento que não é adequado ao policiamento -atividade eminentemente civil', premissa que tecnicamente não deve ser aceita.
Sobre a atividade policial ser eminentemente civil, outro equívoco.
Afirma ainda a reportagem que 'a atual divisão entre a PM e a Polícia Civil provoca rivalidade entre as duas corporações'.
O Comando da Polícia Militar vem alertando, nos últimos anos, sobre a necessidade de o Congresso Nacional elaborar a lei imposta pelo parágrafo 7º, do artigo 144, da Constituição Federal, que deveria disciplinar o funcionamento harmônico dos órgãos policiais.
Devo registrar outro grande engano quando se apregoa a PM como 'segmento fardado da Polícia Civil'.
No mundo todo a parte investigativa da polícia, que trabalha à paisana, oscila entre 10% e 25% da corporação, enquanto a força preventiva uniformizada está entre 75% e 90%.
Ora, se existe segmento, ele não é o fardado, que sempre será maioria, mas sim o pessoal de investigação.
A criação de uma Guarda Nacional para controlar as manifestações dos movimentos sociais significaria, na prática, colocar essa função de polícia nas mãos das Forças Armadas, o que não nos parece politicamente a melhor forma de tratar a questão."
Paulo Regis Salgado, tenente-coronel PM, chefe da 5ª seção do Estado Maior da Polícia Militar (São Paulo, SP)

Ilação política
"É pura ilação política descabida e anônima -ou será isso o que pensa o autor do texto?- a notícia da coluna 'Painel' de 20/8 de que Paulo Maluf não foi a Brasília naquele dia para não estar na cidade na data do encerramento da CPI dos Precatórios.
Paulo Maluf não fugiu para não depor na CPI dos Precatórios, como está no texto, já que ele jamais foi convocado para depoimento.
Foi, isso sim, convidado a esclarecer e contestar o contido no relatório preliminar, o que fez por escrito e com farta documentação.
O ex-prefeito não fugiu de nenhum escândalo chamado Frangogate, outra afirmação do texto.
Escândalo que não existe, a não ser para quem não leu a legislação sobre o assunto, inteiramente respeitada pela Prefeitura de São Paulo.
Paulo Maluf não foi a Brasília conforme ele mesmo explicou pelo telefone ao senhor presidente da República.
O resto é pura especulação, feita por quem não tem coragem de assumi-la."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa do ex-prefeito Paulo Maluf (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Kennedy Alencar, editor do "Painel" - As informações publicadas foram apuradas junto a colaboradores próximos do ex-prefeito.

Esclarecimento
"Venho comunicar que as informações contidas na reportagem 'SBT não sabe se recorre de proibição' (20/8) não refletem verdadeiramente os fatos e a posição da emissora com relação à atitude do meritíssimo juiz Antonio Benedito do Nascimento, da Vara da Infância e da Juventude do Fórum de Santana.
A afirmação 'um absurdo, uma medida ditatorial' nunca foi colocada como sendo referente ao meritíssimo juiz e também não pode ser considerada como posição oficial do SBT.
O que foi passado, até como opinião própria do jornalista deste departamento, era que a atitude de alguém ir à Justiça para suspender uma manifestação artística em um programa de TV, onde crianças se apresentam imitando seus ídolos, é absurda, e somente isso.
A decisão pela suspensão do quadro em questão está sendo analisada pelo SBT, que ainda não tem posição oficial sobre o assunto.
A reportagem, colocada da forma que está, dá a impressão de que o SBT acusa o meritíssimo juiz de uma atitude ditatorial, afirmação esta que nunca foi colocada como oficial, nem pelo Departamento de Assessoria de Imprensa e muito menos pelo SBT."
Anamaria Lattes e Vladimir Delgado, da Assessoria de Imprensa e Divulgação do Sistema Brasileiro de Televisão -SBT (São Paulo, SP)

Utilidade duvidosa
"Eu acreditava que a globalização e a tecnologia eram para melhorar nossas vidas.
Pra que e pra quem está servindo isso?"
Francisco Fechine (Salvador, BA)

Dividir para conquistar
"Sobre o atrito entre Brasil e Argentina a respeito do Conselho de Segurança da ONU: 'Divide and conquer'. A velha estratégia continua.
Sentindo as resistências do Mercosul à Alca, a Roma moderna facilita a compra de armas, envaidece um dos sócios e fomenta a desconfiança."
Marcelo Mello Martins (Brasília, DF)

Desarmamento
"Tem se falado muito sobre o desarmamento da população. A primeira pergunta é: qual população deve ser desarmada?
O cidadão idôneo cumpridor das leis, que não tem segurança e precisa se defender?
Ou os criminosos que andam armados?
Quem é o responsável pela minha segurança: o Estado ou eu? Acredito que sou eu, por isso ando armado."
Jóster Ferreira de Macedo (Florianópolis, SC)

Malefícios do álcool
"Venho fazer um pedido ao Ministério da Saúde. Proponho que, assim como nas propagandas de cigarro, sejam veiculadas após o anúncio de bebidas alcoólicas mensagens advertindo sobre os malefícios do álcool."
Rafael Klein Pedroso (Salvador, BA)

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