São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 1997 |
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Internacional revela discípulo de Dunga
LÉO GERCHMANN
Dunga ficou estigmatizado, na Copa de 90, por ter, segundo seus críticos, tornado mais feio o futebol brasileiro. Em 94, conseguiu se recuperar e atingiu o auge da carreira, ao ser um dos principais responsáveis pelo tetracampeonato. Anderson começou a carreira sendo criticado. Há sete anos no Inter, só neste semestre passou a ser reconhecido como um jogador que, além de desarmar bem, chuta forte e até faz lançamentos. "Ainda estou longe de ser o Dunga, mas me identifico com a trajetória dele. Assim como ele fazia quando sofria com as contestações, também nunca desisto de me aperfeiçoar nos fundamentos em que sou defeituoso", diz Anderson, referindo-se, principalmente, aos passes de longa distância. Os louros pelo novo momento são atribuídos pelo jogador ao técnico Celso Roth. Anderson tinha propostas do Sport Recife e do Atlético-MG. Queria sair do Beira-Rio para "respirar novos ares". Ficou na capital gaúcha depois de uma conversa com o seu treinador, que lhe garantiu um melhor aproveitamento. "Fiquei ganhando menos do que ganharia saindo. Mas senti que poderia ser o meu momento. O futebol gaúcho dá espaço para jogadores com o meu estilo", afirma. Tal convicção se deve, segundo Anderson, especialmente ao caso de Dunga, a quem conheceu seis anos atrás, no Beira-Rio. "Ele falou coisas que ficaram na minha cabeça. Não temos contato, mas devo muito ao Dunga. Para mim, é o exemplo de profissional a ser seguido", diz Anderson. Futebol guerreiro O jovem volante não chegou a ver Dunga vestir a camisa do Inter, nos anos 80. Acostumou-se a vê-lo com a da seleção brasileira, aquela que ele afirma pretender também um dia ter "a honra de defender". "Ele cumpriu e cumpre um papel importante ao dar para a seleção um toque do futebol guerreiro que, principalmente, o Grêmio e o Inter praticam, o futebol aqui do Sul. Isso não é exclusividade dos argentinos", diz o volante. O sucesso do Inter no Brasileiro é atribuído por Anderson a três fatores: "organização" estabelecida no clube pelo coordenador técnico João Paulo Medina, a união do grupo e a ausência de estrelismos. "Eu não sei se sou identificado como símbolo do estilo guerreiro do Inter. Se sou, ótimo. Esse é um título que faço questão de manter", afirma Anderson. Texto Anterior: Ex-campeão 1; Ex-campeão 2; Ex-campeão 3 Próximo Texto: 'Mestre' passou por 'lapidação' Índice |
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