São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 1997
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Italiano 'vistoria' Brasil para vinda do U2

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário italiano Francesco Tomasi, 54, que se associou ao carioca Franco Bruni na tentativa de trazer a turnê "PopMart", do U2, ao Brasil, está no país para vistoriar os locais de show (os estádios do Maracanã, no Rio, e Morumbi, em São Paulo) e supervisionar, com a MTV, a negociação de patrocínios para sua viabilização.
Nenhum patrocínio foi fechado até agora, mas Tomasi, que é o promotor dos shows que a banda irlandesa fará na Itália no próximo mês, afirma: "Faremos o show no Brasil, com certeza. Vim checar pessoalmente as negociações".
Tomasi produziu, de 80 em diante, turnês italianas de artistas como U2, Stevie Wonder, Talking Heads, Eurythmics, Rolling Stones, George Michael, Whitney Houston e Simple Minds, além do megashow do Pink Floyd em Veneza, em 89, para 200.000 pessoas.
Tomasi diz que conheceu Franco Bruni em 1990, durante a turnê "Steel Wheel", dos Stones. "Me interessei imediatamente pela proposta de fazer shows no Brasil, por causa dos projetos assistencialistas que Bruni apresentou", diz.
Tomasi conta que, antes de aderir à produção de shows, formou-se em filosofia e foi diretor comercial de uma empresa de eletrodomésticos, que abandonou para cuidar de uma casa de educação de menores infratores.
Aderiu à "antipsiquiatria", lutando pela liberação de internos de manicômios. Daí partiu ao show business. "Quando comecei, a Itália era o último país da Europa em shows, bandas como Stones passavam longe de lá. Hoje, está no mesmo pé da Inglaterra. O primeiro show que fiz foi o de Lou Reed, até hoje sua maior turnê na Itália."
Ele explica o interesse pelo Brasil: "Quando você tem sucesso, tudo fica muito chato, fácil. Preciso de novos estímulos".
Diz que motivou-se com os projetos de Franco Bruni, como o de destinar parcela (não definida) da renda dos shows para atividades assistenciais e o de construir minifazendas para menores carentes.
"A vinda do U2 é o primeiro passo de um projeto a longo prazo, de usar shows para alavancar recursos até chegar a esse objetivo."
Ele diz não se abalar pela dificuldade encontrada para concretizar a negociação "PopMart".
"Vejo que o Brasil é hoje como era a Itália no começo dos 80. As agências na Europa continuam preocupadas com a capacidade dos produtores brasileiros."
Diz-se preparado para vencer os obstáculos: "Minha equipe vai estar aqui para acertar todos os detalhes a partir de outubro. É minha primeira vez no Brasil, e não quero ter surpresas desagradáveis".
Quanto às correntes acusações de sonegação fiscal que pesam sobre shows internacionais no Brasil, o italiano diz que "não há o que comentar", mas admite que tem problemas com o fisco.
"Sim, tenho. Mas todo mundo na Itália tem, as leis variam muito de região para região e causam confusões. Tenho um processo de US$ 2 milhões em multa tramitando. Sou inocente."
Tomasi rebate os rumores de que a "PopMart" vai mal: "Os jornais ingleses espalham essas notícias, por causa do velho conflito entre a Inglaterra e a Irlanda".

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