São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Feministas condenam declaração

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades ligadas à mulher ouvidas pela Folha condenaram as declarações do ministro da Saúde sobre o veto ao projeto que regulamenta o aborto legal. Para elas, Albuquerque misturou suas convicções pessoais com a opinião de um ministro de Estado, responsável pela elaboração de políticas públicas de saúde para todo o país.
Myriam Santin, do movimento Católicas pelo Direito de Decidir, diz que a declaração do ministro "é um erro grave". "Ao privilegiar crenças pessoais, ele põe em risco a aplicação de um programa que poderia salvar a vida de milhares de mulheres."
Para Eufrosina de Oliveira, 40, do programa de saúde do Geledés - Estudos da Mulher Negra, a posição do ministro ajuda a agravar as "péssimas" condições de saúde das mulheres negras do Brasil.
Marlene Libardoni, do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) se disse surpreendida. "Como ministro de Estado, ele deve seguir as políticas propostas pelo governo. As declarações, se postas em prática, podem deixar a mulher violentada, principalmente a pobre, sem atendimento."
Em seu programa de governo, o então candidato FHC se compromete a instalar nos hospitais públicos serviços de atendimento para casos de aborto legal.
O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, do Ministério da Justiça, afirma em nota que a aprovação da lei é essencial à preservação da saúde, dignidade e direitos de cidadania das mulheres.

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