São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Camelôs prometem voltar segunda-feira

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Apanhamos bastante, mas não vamos baixar a cabeça. Mesmo que seja sem fins lucrativos, vamos estar aqui na segunda, com pedras e paus, caso agridam a gente."
A promessa foi feita pelo camelô David Alves Cardoso, 21, minutos após o confronto, mas reflete o pensamento dos camelôs.
"A luta vai continuar. Não vamos dar moleza. Na violência ou na paz, vamos trabalhar", disse Welde Alves Cardoso, 31.
O líder dos camelôs na Paulista, Marcos Antonio Maldonado, disse, após ser liberado no 4º DP (Consolação), que os camelôs vão estudar um processo contra a Guarda Civil Metropolitana.
Os camelôs se queixaram também da apreensão das mercadorias, que ocorreu uma hora e meia após a briga.
Os produtos foram todos colocados em um único saco e não foram distribuídas as guias de apreensão. "Quando apreende a mercadoria, pode esquecer", disse o camelô Antonio Luis da Silva, 24.
Feridos
Ficaram feridos no confronto da avenida Paulista os guardas metropolitanos Josué Sá de Tales Azevedo (pedrada no queixo) e Germiniano Magalhães Batista, 26 (corte no braço esquerdo provocado por pedra), que passaram por hospitais e foram liberados.
Foram seis os camelôs machucados, cinco seriam submetidos a exame de corpo de delito: Jair Martins de Andrade, 38 (corte na cintura), Nestor Gabriel, 35 (corte na cabeça), Etelvina Alves de Lima, 66 (pancada no braço), João Amaro da Silva (pancada no joelho direito e na cabeça), José Ricardo Teixeira da Silva (pancada na perna direita).
O sexto ferido, Valter da Silva Filho (quatro pancadas de cassetete no tórax), não passou no 4º DP e não recebeu guia de exame.
(MO)

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