São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Luz Vermelha quer Coca-Cola ao ser solto

ANDRÉ LOZANO

ANDRÉ LOZANO; MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Ministério Público entrou com mandado de segurança para tentar impedir a soltura do "Bandido" hoje

O advogado José Luiz Pereira, 54, disse ontem que seu cliente, João Acácio Pereira da Costa, 55, o "Bandido da Luz Vermelha", quer seguir a profissão de cozinheiro, após deixar a prisão, o que deve acontecer hoje.
Luz Vermelha deixará hoje a Penitenciária do Estado, depois de cumprir 30 anos de prisão.
Na última conversa com seu advogado, ontem de manhã, Luz Vermelha disse que tinha vontade de tomar "uma Coca-Cola litro", quando ganhasse a liberdade.
"Ele estava muito eufórico. Repetia que adora crianças, especialmente uma sobrinha, que considera linda", afirmou Pereira.
O advogado disse que Luz Vermelha não deve ficar internado em hospital psiquiátrico porque isso "representaria a continuação da aplicação da pena".
"É preciso que o Estado ofereça um acompanhamento psicológico a João Acácio, que hoje se encontra perturbado, com a capacidade intelectual abaixo da média dos presos do sistema penitenciário."
Segundo o advogado, Luz Vermelha passou o dia ontem fora da cela, no pátio da penitenciária. "Além de ser uma medida humanitária, é uma questão de segurança. Presos podem ser mortos por rivais na véspera de sua saída da penitenciária", disse Pereira.
José Luiz Pereira contou que se lembra dos tempos em que se encontrava eventualmente com João Acácio, ainda não conhecido como o Bandido da Luz Vermelha, em bilhares de São Paulo.
"Ele passava de vez em quando ele pelo bilhar do edifício Martinelli ou belo Bilhar Ideal. Tinha um jeito excêntrico de se vestir, para a época -usava calças vermelhas e botas extravagantes."
Mandado de segurança
O Ministério Público impetrou ontem um mandado de segurança e, ao mesmo tempo, recorreu da decisão do juiz Alberto Marino Neto, que determinou a soltura de Luz.
Três promotores foram ao TJ (Tribunal de Justiça) entregar o mandado de segurança com pedido de liminar para suspender a soltura de Luz. O Ministério Público desejava transformar os dois dias que faltam da pena -ontem e hoje- do preso em medida de segurança. Até as 19h30, não havia resposta do pedido.

Colaborou Marcelo Godoy

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