São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Haverá taxa para baixa renda

DA REPORTAGEM LOCAL

A reestruturação anunciada pela Sabesp cria uma categoria mais barata, exclusiva para a população de baixa renda. A tarifa popular, como é chamada, será concedida para consumidores que tiverem imóveis de no máximo 40 m², consumo elétrico de até 140 kw e renda familiar até R$ 1.500.
Em setembro, a Sabesp enviará formulários a todos os consumidores para determinar quais têm direito ao desconto. A companhia acredita que receberá as respostas, também pelo correio, e processará os dados a tempo de incluir o benefício na conta de setembro.
Favelas
A reestruturação anunciada pela Sabesp também extingue o limite de tarifa que vigorava nas favelas da região metropolitana de São Paulo.
Hoje, as 100 mil residências faveladas cadastradas pela Sabesp pagam no máximo o valor de 10 mil litros de água no mês, mesmo que seu consumo seja superior.
"Isso gerou distorções. Tinha gente abastecendo caminhão-pipa na favela, posto puxando ligação para lavar carro. A medida pretende acabar com isso", disse Antonio Marsiglia Netto, vice-presidente de distribuição.
A partir de setembro, os moradores de favela estão automaticamente classificados na categoria popular, cuja tarifa tem desconto, desde que seu consumo não exceda os 30 mil litros de água no mês.
Quem exceder esse teto pagará a tarifa normal, com um acréscimo de 300% no preço de cada mil litros de água.
Comércio
Dentro da linha de redistribuir subsídios, o comércio deixará de ser subsidiado pelo setor industrial, como é feito hoje. As tarifas de estabelecimentos comerciais e industriais serão equivalentes.
"Ambos utilizam a água com fins lucrativos", diz o vice-presidente de distribuição da Sabesp.
A medida, entretanto, não incide sobre entidades assistenciais cadastradas pela Sabesp, que pagam hoje tarifas iguais às do comércio. A Sabesp criou uma categoria especial para o setor, com desconto.
O subsídio está sendo redistribuído também dentro das categorias. Na comercial, por exemplo, houve aumentos de 34% (para faixa de 50 mil litros) até 10% (para consumo de 100 mil litros).
Já o grande consumo, na faixa de 5 milhões de metros cúbicos, teve reduzida a tarifa em 2%.
O mesmo aconteceu para os consumidores industriais. O pequeno consumo, até 100 mil litros, teve aumento de até 23%, caso da faixa de 50 mil litros. Mas quem consome 5 milhões de litros pagará 6% menos pela conta.

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