São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
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Maneira de integração à Alca divide acadêmicos do Mercosul

DA REPORTAGEM LOCAL

A melhor forma de integração do Mercosul à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) divide acadêmicos da região.
A principal divergência é se os países do Cone Sul devem buscar fortalecer seu mercado comum antes da formação da Alca ou se esse processo pode ser realizado paralelamente ao acordo.
Nos últimos dois dias, acadêmicos dos países do Mercosul, do México e dos EUA estiveram debatendo o tema no 4º Fórum Mercosul-Nafta, realizado na USP (Universidade de São Paulo).
Pedro Motta Veiga, da Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), ligada à FGV (Fundação Getúlio Vargas), acredita que o Mercosul deve combater, antes de mais nada, o que ele chama de "déficit institucional".
"Eu não estou propondo a criação de novas instituições. Mas é preciso ter mecanismos eficientes para que o que foi acordado seja cumprido", afirmou.
Para Veiga, a Alca pode acentuar as divergências entre os países da região, principalmente Argentina e Brasil, caso esses mecanismos não entrem em funcionamento.
O organizador do evento, José Augusto Guilhon Albuquerque, coordenador do núcleo de pesquisa em Relações Internacionais da USP, acha que o fortalecimento do Mercosul pode caminhar lado a lado com a formação da Alca.
Albuquerque acredita que o Brasil deve abandonar a idéia de que a integração na Alca pode prejudicar sua estabilidade e agravar o déficit externo.
"O Brasil deveria usar a Alca para forçar a modernização e as reformas no país", defende.
O mexicano Raul Hinojosa, da Universidade Católica de Los Angeles (EUA), também acredita que a Alca pode ajudar a melhorar a competitividade do Mercosul.
"O Brasil deve apostar na Alca, sem se esquecer do Mercosul."

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