São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997![]() |
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Músico usava alfinetes para se picar
LUCIA MARTINS
"Um dia tive uma briga no ensaio, saí muito nervoso, pulei o portão. Fui para uma rua de baixo, tirei um alfinete da roupa e comecei a me picar. Isso durou das 17h30 às 18h30. Depois, fui me acalmando e fiquei aliviado." Brandão tinha 16 anos e conta que continuou se picando o ano inteiro. "Sempre que ficava nervoso, tirava um alfinete e começava." Até hoje, ele usa alfinetes espetados nas roupas, mas diz que é "só para enfeitar". "Não é uma espécie de kit. Hoje, não estou mais nessa. Achei outras maneiras de descarregar a minha raiva." Entre essas "maneiras", Brandão cita o fato de que sempre "explode na hora". "Até hoje, quando eu fico com raiva de alguma coisa, eu me manifesto na hora e na frente de todo mundo." Apesar de ter feito terapia dos 12 aos 16 anos, ele atribui ter parado de se auto-agredir a um "desenvolvimento natural". "Nunca contei isso para o meu psicólogo, não me sentia à vontade. Achava que eram coisas pessoais para falar com quem não conhecia direito." As brigas na banda não foram o único motivo para a autodestruição. Brandão diz que sofre de "um amor platônico há muito tempo". "Não consigo desencanar." A expressão dessa paixão passou dos alfinetes para a música. As sete músicas de uma fita que Brandão está preparando falam de "paixões possessivas". (LM) Texto Anterior: Vocalista do Ira! se cortava durante as apresentações Próximo Texto: Leia três histórias de 'automutiladores' Índice |
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