São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
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Cuidado ao escolher lojas de construção

RITA NAZARETH

RITA NAZARETH; PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) recebeu este ano 405 reclamações sobre empresas fornecedoras de materiais de construção e de acabamento. As queixas mais frequentes são atrasos na entrega e mercadorias diferentes das previstas no contrato ou defeituosas.
No primeiro semestre do ano passado, o número foi maior - 460 reclamações. "Mas a quantidade de queixas continua alta e o consumidor deve ficar atento, sobretudo às pequenas lojas", diz Queila Néri, da área de produtos do Procon.
O técnico em eletrônica Francel Tadeu Ribeiro, 31, teve de adiar seu casamento de dezembro próximo para maio de 98. Problema: atraso na instalação do piso de sua casa e serviço incompleto.
Em novembro de 96, Ribeiro adquiriu 55,25 m2 de assoalho em ipê, na loja Madeiride do Center Castilho.
Segundo ele, houve atraso na entrega do material e, depois de um mês de serviço, os funcionários não apareceram mais. "Eles não fizeram os rodapés, os parapeitos da sacada e o revestimento do teto", diz.
Ribeiro pagou R$ 4.180 pelo material, mais R$ 300 em cimento, areia e cal. "O dono da loja nos recomendou a compra de 25 sacos de cimento e não foram usados nem oito", afirma. "Como ele dizia que o produto estava em falta e eu precisava da casa, acabei pagando mais R$ 1.600 a outra loja para completar o serviço."
A loja Madeiride do Center Castilho fechou, mas o proprietário, Carlos Roberto Pires Cruz, manteve sua sede em Osasco e afirma estar disposto a pagar a restituição (veja texto ao lado).
No caso do industriário Marcelo Trevisan, 27, o problema foi a má prestação do serviço.
Em novembro do ano passado, Trevisan comprou quartzo colorido para revestimento externo de sua casa, na loja Fênix Revestimentos, da Vila Guilhermina (zona leste).
No mesmo dia em que o serviço foi concluído, uma chuva deixou manchas na parede da casa.
Francisco Lopes, proprietário da loja Fênix, foi procurado durante toda a semana passada e, até a conclusão desta edição, não foi encontrado.
Dicas
Segundo o Procon, fatores externos como a chuva não são motivos para que a loja responda pelo estrago. O fornecedor só deve ser responsabilizado se for comprovada a má qualidade do produto.
O Procon informa que o atraso no início do serviço e a não-entrega da garantia na data da compra podem permitir a rescisão de contrato. "Depois da reclamação, damos dois dias para que a loja resolva a questão", diz Queila Néri.
Néri também afirma que o consumidor pode exigir do fornecedor uma restituição ao ter de comprar produtos complementares. "Mas a loja pagará o preço de mercado, independentemente de quanto custou."
O Procon também faz um alerta sobre as lojas que recomendam a compra de material extra de alvenaria. "O consumidor deve checar a real necessidade da compra de tais materiais", diz Néri. "Conversar com pedreiros ou marceneiros experientes ajuda muito."

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