São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997 |
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Desafio é unir equipamento e método pedagógico
FERNANDO ROSSETTI
O tipo de equipamento utilizado em Florianópolis é semelhante ao de qualquer outro curso equivalente em um país desenvolvido. Atualmente, o maior problema não são os equipamentos, mas como integrá-los consistentemente em um projeto pedagógico. E é isso que o grupo -que já tem mais de cem pessoas- da UFSC vem fazendo com sucesso. "Como está todo mundo no mundo inteiro no mesmo patamar nessa área, nós aqui também estamos desenvolvendo novas tecnologias para o estudo virtual", afirma o engenheiro Ricardo Barcia, 43, coordenador geral do laboratório. "Nosso objetivo é criar um ambiente de imersão onde o estudante possa trabalhar, estudar e se divertir", afirma. A pós-graduação para a Petrobrás é o projeto onde isso foi mais longe. Primeiro, o curso é montado para uma empresa -portanto dirigido a necessidades e profissionais específicos de um determinado tipo de trabalho. Além disso, é esse o tipo de parceria que as universidades públicas estão atrás atualmente, já que representam o ingresso de novos recursos na instituição. Segundo, a pós-graduação usa a videoconferência, que garante um alto grau de interatividade na aula -elemento central de qualquer bom modelo pedagógico. "Muito mais importante do que a tecnologia é o desenvolvimento da metodologia de uso dessa tecnologia", afirma João Vianney, 39, coordenador do laboratório. Para o curso que o grupo está oferecendo para o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que tem 2.700 alunos em 527 cidades brasileiras, o problema da interatividade foi resolvido de outra forma: durante a aula -ao vivo, pelo vídeo-, os alunos podem fazer perguntas por telefone (0800) ou fax. Mas a Internet aumenta muito essa interatividade. Na página montada para o curso da Petrobrás, há uma biblioteca com os textos sugeridos pelo professor, há uma sala de discussão, onde os alunos debatem temas de interesse em tempo real ou não. Há, ainda, a agenda do curso, a bibliografia e até a "sala de produção" -que é para onde os alunos enviam eletronicamente seus trabalhos. A experiência do grupo do laboratório com informática é antiga. Foram eles que montaram o sistema informatizado de matrícula da UFSC -que está sendo usado como modelo por diversas instituições brasileiras. Em terminais da universidade, os alunos podem escolher os cursos do semestre, trancar matrícula, tirar seu histórico escolar ou qualquer daqueles documentos que uma secretaria em geral leva dias para entregar. Atualmente, o grupo está montando também vídeos para o TV Escola -o programa de ensino a distância do MEC (Ministério da Educação). Chamado "Agora é com vocês", o conjunto de 24 programas do TV Escola usa bonecos como personagens e será um material auxiliar para professores de séries iniciais em matemática, português e ciências. (FR) O jornalista Fernando Rossetti viajou a Florianópolis a convite do Laboratório de Ensino a Distância da UFSC Texto Anterior: Universidade oferece pós-graduação hi-tech Próximo Texto: Ensino de engenharia Índice |
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