São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
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Estudo identificará preferência mundial

Produtor nacional quer disputar mercado

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Produtores e exportadores brasileiros de frutas deram início a um estudo para identificar quais as necessidades do mercado internacional e, consequentemente, trabalhar para atendê-las.
"O Brasil não tem tradição de investir em tecnologia -a fruta também reflete isso", diz Manoel Dantas Barreto Filho, presidente da Frunorte (Frutas do Nordeste), uma das maiores produtoras e exportadoras de frutas do país.
Mais recentemente, conta ele, os especialistas em fruticultura perceberam o grande potencial do país e decidiram identificar as preferências dos europeus, asiáticos e norte-americanos para disputar mais fortemente o mercado internacional de frutas tropicais. "Estamos trabalhando para isso", diz Barreto.
Vocação
A Frunorte, conta seu presidente, produz manga, melão, uva, acerola e palmito. Com exceção da acerola, as outras frutas já são exportadas.
"Já estamos vendendo lá fora 55% da nossa produção -há cinco anos, esse percentual era 15%-, mas, infelizmente, isso não espelha o setor."
A Frunorte exportou no ano passado o equivalente a US$ 7 milhões em frutas e espera aumentar esse valor para um montante entre US$ 9 milhões e US$ 9,5 milhões neste ano.
Na análise de Barreto Filho, o Brasil tem vocação para ser um grande exportador de frutas, mas essa vontade tem de ser também política.
Peso dos impostos
"Os impostos representam, por exemplo, 25% do custo do melão, da pêra e da uva e 33% do da maçã. Lá fora, essas frutas são isentas."
O presidente da Frunorte diz que o país também precisa estar atento à importação de frutas. "Não existe inspeção sanitária nos portos e aeroportos. Só que nós, para exportarmos, temos que cumprir bilhões de exigências dos países."
Nelson Costa, presidente da Nova Fronteira Agrícola, produtor e exportador sobretudo de manga e uva, diz que o fato de o Brasil não exigir o que os outros países exigem para receber uma fruta de fora é o que explica também o descompasso entre as importações e as exportações brasileiras de frutas.
Barreto Filho diz que só mais recentemente as empresas brasileiras decidiram se organizar para exportar mais e brigar para se submeter à mesma legislação dos países exportadores de frutas.
A Frunorte investiu US$ 300 mil em um laboratório capaz de analisar o solo, a água, as folhas e as frutas.
A Nova Fronteira Agrícola já vende lá fora 80% da sua produção de manga. "Fomos autorizados pelo governo norte-americano a exportar manga. Estamos tentando conseguir agora a liberação do Japão."
(FF)

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