São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Angústia de brasileiro

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Aqui, a gente ignora um monte de coisas, mas é só voltar ao Brasil para se arrepender de não ter visto absolutamente tudo."
O comentário, feito por um amigo quase no fim do segundo dia de festival, resume a essência de enfrentar uma maratona dessas.
Para o público local, pouca diferença faz perder uma ou outra banda. No ano (ou na semana) seguinte tem mais.
Só que, para um brasileiro, a torrente sonora angustia.
As pernas mal se movem e os olhos quase não abrem. Mas aí você se lembra que, em breve, vai ter como única opção musical o show acústico dos Titãs. Melhor ficar esperto enquanto há tempo.
O V'97 tinha três palcos. Um principal (imenso), outro médio (patrocinado pelo semanário "New Musical Express") e o de dance music (a tal tenda escura e infernal).
No segundo dia, por exemplo, meu objetivo era ver, sem falta, três bandas: Foo Fighters, Echo and the Bunnymen e Sneaker Pimps. Só que havia um detalhe cruel, a ser descoberto só em cima da hora: todas tocariam praticamente ao mesmo tempo.
Daria para aproveitar 20 minutos de Sneaker Pimps na tenda (aquela), correr para o palco da "NME" e ver os Bunnymen, depois rezar pra pegar um finalzinho dos Foo Fighters no palco principal.
Sem chance. O show dos Sneaker Pimps atrasou (foi o único em dois dias a não começar exatamente na hora) e perdemos o começo do Echo. Quando Ian McCulloch deu adeus para a platéia, subimos voando a ladeira, mas o Foo Fighters mandava os últimos acordes de "This is a Call".
Paciência.
(APJ)

Texto Anterior: Dois dias de luta pela causa do rock and roll
Próximo Texto: McCulloch e ecos passados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.