São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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"Esquerda" petista admite desvantagem

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória da "esquerda" na convenção do PT mineiro por uma margem menor do que a esperada praticamente garantiu a reeleição de José Dirceu para a presidência nacional do partido.
Para tirar a diferença que José Dirceu obteve no conjunto de outras convenções estaduais, a "esquerda", cujo candidato é Milton Temer (RJ), teria de enviar no mínimo 25 delegados mineiros a mais que os adversários à disputa nacional no próximo fim-de-semana, no Rio. A vantagem dos adeptos de Temer foi de 18 delegados.
"O resultado de Minas não foi o esperado e agora eles têm uma vantagem de 10 a 12 votos", disse Valter Pomar, um dos coordenadores da campanha de Temer.
Pomar acha possível reverter a situação, mas admitiu que agora é preciso mudar votos prometidos a Dirceu. "Se uns seis votos mudarem, podemos ganhar", disse.
Temer, que ontem dedicou o dia à tentativa de evitar uma evasão de votos da delegação fluminense, não quis fazer uma previsão do confronto com Dirceu. "Não conto votos. A minha discussão é política, sobre os rumos do PT."
No lado de Dirceu, o objetivo agora é aumentar a vantagem. Francisco Rocha, responsável pelo mapeamento dos votos, considerou a eleição liquidada. "Dirceu já tem 45 votos a mais e pode chegar a uma vantagem de 70", disse.
O raciocínio da ala de Dirceu é que, com a perspectiva concreta de derrota, alguns votos acenados a Temer podem mudar de direção.
"O encontro (convenção) vai frustrar quem pretendia uma guerra interna e blefou dizendo que iria ganhar", afirmou Rocha.
Dirceu não quis fazer um prognóstico, mas se declarou "seguro" da vitória. "O resultado de Minas só ratificou a tendência favorável para o meu campo", disse.
Apóiam Dirceu as correntes de "centro" e "direita" do PT. Luiz Inácio Lula da Silva é um dos patrocinadores da candidatura.
Temer, que não pertence a nenhuma tendência organizada do partido, é cacifado pelos grupos mais radicais da legenda.
A convenção do PT deve ter cerca de 540 delegados. A delegação do Maranhão (sete votos para Temer) pode ser impugnada.

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